Preso nessa terça-feira, dia 12, o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de ser o autor dos treze disparos que vitimaram a vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, já recebeu uma homenagem na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

No período em que a homenagem aconteceu (1998), Lessa era terceiro-sargento da PM. Tal homenagem foi prestada por Pedro Fernandes Filho, ex-deputado, atualmente já falecido, avô de outro antigo parlamentar do estado do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes Neto que, atualmente, é Secretário de Educação do governo de Wilson Witzel.

Além dos parentescos citados, o suspeito da moção também era pai de uma vereadora do MDB, Rosa Fernandes.

Durante essa mesma homenagem, outros 17 policiais do batalhão de Irajá também foram homenageados por realizar uma determinada prisão. Pedro Fernandes justificou a moção de congratulações em questão como um prêmio pelo modo como Lessa e os demais policiais pertencentes ao 9º BPM vinham conduzindo as suas carreiras. Além disso, o texto da moção justifica a concessão da homenagem com base nas posturas e desempenho profissional, considerados eficazes por Fernandes que, ainda, apontou Lessa como alguém que serviria como um bom exemplo a todos do seu convívio.

Para além da referida homenagem, é válido apontar o episódio em que Ronnie Lessa perdeu uma perna durante um ataque ao carro em que estava.

Tal atentado ocorreu há 10 anos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A arma utilizada para o ataque foi uma bomba, que teria explodido quando Ronnie passava pela Rua Mirinduba, próximo ao 9º Batalhão da Polícia Militar. O ex-policial teria tentado saltar do veículo após a explosão, mas teria sido impedido por ter ficado preso ao cinto de segurança e a picape em que estava ainda seguiu por mais 150 m até bater em um poste.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos

Ronnie foi preso nessa terça-feira, 12 de março, em sua casa, localizada em um condomínio de luxo na Avenida Lúcio Costa, situado na Barra da Tijuca, no qual o atual presidente Jair Bolsonaro também residia. Além da casa em questão, Lessa também era dono de uma mansão em Angra dos Reis.

Também foi preso nessa terça Élcio Vieira de Queiroz, apontado como o motorista do carro que perseguiu Marielle Franco na ocasião de sua morte. Queiroz é ex-policial militar e foi expulso da PM no ano de 2016 por prestar serviços ilegais de segurança a uma casa de jogos. Essa, no entanto, não foi a única prisão de Élcio: no ano de 2011, o ex-PM foi levado em custódia devido a uma operação que investigou conexões entre policiais e o tráfico de drogas, assim como entre milícias e a máfia das máquinas caça-níqueis.