Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Civil apreendeu um rapaz suspeito de ter participado do planejamento do massacre em uma escola em Suzano, na Grande São Paulo. O adolescente de 17 anos foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. Em seguida, foi levado ao Fórum para prestar esclarecimentos.

O rapaz já havia se apresentado à polícia na quinta-feira (14) mas, na ocasião, negou ter qualquer envolvimento com o massacre. No entanto, a polícia, ao investigar os celulares dele e dos dois assassinos, teve acesso a conversas de WhatsApp que mostram claramente o planejamento do atentado.

Cinco meses atrás o rapaz já havia detalhado o seu plano aos comparsas. "Nos baseamos em alguns jogos para pensar nisso, tipo matar uma galera", disse o suspeito. Chegou a dizer também que a ideia era matar pelo menos 15 e em estuprar vítimas, o que não aconteceu.

Ainda de acordo com informações dos policiais, o rapaz gostaria de ter participado diretamente do crime, mas foi impedido pelos dois assassinos. Ontem, a polícia havia apresentado ao Ministério Público um relatório elaborado com os resultados da investigação feita na casa do suspeito. Ademais, os policiais redigiram um documento contendo 13 pontos que corroboram para a tese da participação do menor no planejamento do massacre. O documento foi entregue à Justiça.

Juíza determina apreensão de menor

Entre as várias evidências estão o depoimento de uma professora. Segundo ela, no começo do mês os alunos participavam de uma dinâmica para falar sobre o que esperavam para o futuro, quando, friamente, o adolescente respondeu que seu maior sonho era "entrar em uma escola armado e atirar em várias pessoas aleatoriamente".

Além disso, um amigo do menor disse que ele confessou ter planejado o crime, mas que não sabia ainda quando seria a execução. A irmã do garoto estava na escola Raul Brasil no momento do massacre mas foi poupada por um dos atiradores. Outra testemunha viu o menor de idade com a dupla em uma empresa que aluga automóveis, no mesmo dia em que os criminosos alugaram o carro utilizado para o atentado.

A juíza Érica Marcelina Cruz, da 1° Vara Criminal de Suzano, resolveu determinar a apreensão do rapaz baseada nessas evidências, somadas ao parecer do promotor do caso.

Por se tratar de um menor de idade, a internação tem o prazo de 45 dias. Caso até o final do período a juíza ainda não tenha prolatado sentença, o rapaz será liberado. Porém, havendo sentença, o prazo máximo que o menor infrator poderá ficar internado será de três anos. Ainda nessa audiência, a juíza determinará para qual Fundação Casa o garoto deverá ser encaminhado.