Na manhã desta terça-feira (19), a polícia apreendeu um adolescente de 17 anos suspeito de ter planejado o ataque à Escola Raul Brasil, em Suzano, na semana passada, o que resultou na morte de oito pessoas, entre alunos, funcionários e um comerciante. As autoridades tiveram acesso a uma conversa de WhatsApp do suspeito com um interlocutor não identificado, ocorrida cinco meses atrás, na qual ele detalha como seria a ação praticada contra a instituição de ensino.

Na semana passada ele já havia prestado depoimento no fórum da cidade, onde revelou que queria ter participado do massacre, mas foi impedido pela dupla, que acabou morrendo na ação.

Ainda nesta terça, foi determinada pela juíza Érica Marcelina Cruz, da 1ª Vara da Infância de Suzano, a apreensão do adolescente por 45 dias. Ele será encaminhado a uma das unidades da Fundação Casa. O caso corre sob segredo de Justiça.

A conversa

A conversa, de acordo com a Polícia, foi feita no dia 18 de outubro. Nela, o adolescente troca mensagens com uma pessoa não identificada e em um dos trechos ele diz que a estratégia se baseava em alguns jogos. Além disso ele cita estupro e uso de granadas, fatos que não aconteceram no massacre. De acordo com sua estratégia, ao menos 15 pessoas seriam mortas e ele ainda detalhou como seria a sequencia de mortes.

Após o massacre, na manhã da última quarta-feira (13), esse terceiro suspeito teria entrado em um grupo de WhatsApp e dito que a dupla de atiradores teria usado de sua estratégia e que um deles fez “igual os meus planos, era bem na hora do intervalo”.

Em outro trecho da conversa, ele revela que foi junto com esse atirador comprar a machadinha. Ele chegou a mandar uma mensagem ao próprio atirador, naquela hora já morto, avisando que um dos invasores tinha uma machadinha igual a dele.

O suspeito disse ainda que não ficou surpreso com o crime, pois teria feito o mesmo. "Porém a minha irmã estava lá", disse.

A menina, uma das alunas da escola, teria sido poupada pela dupla de atiradores.

Entrar na escola e e atirar em várias pessoas

Pelo menos 30 pessoas já foram ouvidas pela polícia desde o massacre. Uma professora que prestou depoimento disse que durante uma dinâmica de grupo, quando os alunos falaram sobre a expectativa para o futuro, esse terceiro suspeito teria dito que seu maior sonho era “entrar em uma escola, armado, e atirar em várias pessoas aleatoriamente”. A resposta foi dada de forma fria e sem demostrar qualquer ressentimento.