A professora Joana D'Arc Felix, uma das cientistas de maior prestígio no Brasil, ganhou projeção após uma palestra no TEDX, onde contou sua história de superação da pobreza. Joana afirma que entrou na universidade aos 14 anos e também fez pós-doutorado na universidade americana de Harvard. Mas não foi bem isso que o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em uma reportagem publicada na última terça-feira (14), na qual contesta, entre outras coisas, a veracidade do diploma de Harvard.
Segundo a publicação, Joana, que se graduou em química pela Unicamp, onde também concluiu o mestrado e o doutorado, teria forjado seu diploma de Harvard.
Porém, ela disse em entrevista à revista Veja, nessa quarta-feira (15), que em nenhum momento teria mentido.
Em toda sua carreira, Joana desenvolveu várias pesquisas para o aproveitamento de resíduos de couro para fins médicos, farmacêuticos e alimentícios. Mas, a matéria do Estadão foi feita exatamente por causa do surgimento da ideia de fazer um filme biográfico da sua vida. O projeto está sendo liderado pela atriz Taís Araújo em parceria com a Globo Filmes.
Reportagem do Estadão diz que diploma é falso
A matéria do jornal O Estado de S. Paulo afirmou que estava com o diploma que Joana D'Arc disse teria tirado em Harvard. Mas, como apurou o jornal, o diploma parece ser falso. A mesma matéria mostra que Harvard nega ter feito esse diploma e ainda disse que há erro na escrita do certificado.
Nesse diploma, que supostamente foi emitido pela universidade norte-americana, há duas assinaturas. Uma dessas assinaturas teria o nome do professor de química de Harvard Richard Hadjer, que foi procurado por e-mail pelo jornal. Na entrevista, o professor respondeu que o diploma era falso e que não era sua assinatura. O professor ainda disse que na data que o diploma teria sido emitido não era ainda chefe do departamento e também afirmou que nunca ouviu falar da professora Joana.
Por sua vez, em sua defesa, a cientista disse negar que tenha contado qualquer mentira no seu currículo e, por ser negra, acusa o jornal de duvidar da capacidade de um negro. Em entrevista à revista Veja ela afirmou que talvez não tenha explicado de uma forma mais correta, porém, afirma categoricamente que não mentiu em nenhum momento nas palestras e em tudo que realizou.
Joana disse em nota divulgada no Estadão que tudo o que foi escrito na mídia está sendo averiguado por um advogado ligado ao movimento negro. Isso porque ela tem certeza que ainda estão pensando que pessoas negras ainda têm que viver em uma “senzala” e que os negros não podem ter um estudo.