Nesta terça-feira (23), a Polícia Federal (PF) acatou três mandados judiciais para prender os quatro identificados suspeitos de hackearem os celulares de Sérgio Moro, atual Ministro da Justiça, e, do chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Em nota, a PF informou que cumpriu com êxito, os quatro mandados judiciais. Além disso, a Justiça também ordenou a busca e apreensão de sete locais com endereços em São Paulo, Ribeirão Preto e Araraquara. Vale ressaltar que diversos detalhes desta complexa investigação estão sendo mantidos em sigilo.
O mandado judicial expedido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, atuante na justiça federal de Brasília, foi responsável pela prisão de um casal na capital de São Paulo.
Além disso, outros dois suspeitos também foram presos em Araraquara (SP).
Quem são os suspeitos?
As autoridades conseguiram as prisões temporárias de quatro indivíduos, porém, apenas três nomes foram divulgados até o momento. Entre os presos suspeitos no caso da invasão do celular de Sérgio Moro, está o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, sua esposa Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto, de 30.
Operação Spoofing
A operação batizada de Spoofing pela PF tem como objetivo principal dar fim a falsificação tecnológica que age enganando pessoas através das redes sociais, fazendo assim, com que as mesmas acreditem que a fonte de uma informação é confiável, quando, na verdade não é.
A PF também esclareceu que a operação tenta desarticular um grupo criminoso que praticava crimes cibernéticos.
Diálogos Vazados
As conversas invadidas supostamente pelos suspeitos apreendidos colocaram em dúvida a imparcialidade de Sérgio Moro. Isso porque em parte desta conversa, divulgada inicialmente pelo site The Intercept, Moro aparece aconselhando um dos acusados na operação Lava Jato.
No entanto, tanto Moro quanto Dallagnol negam as conversas vazadas, alegando que por serem frutos de uma invasão o conteúdo pode ter sido alterado.
Mesmo com a prisão dos quatro suspeitos, para a PF ainda não está claro a ligação dos indivíduos com os diálogos vazados de Moro. Agora, foi instaurado um inquérito com o intuito de investigar mais a fundo esse caso.
O aparelho do Ministro da Justiça foi desativado em 8 de junho. Naquele dia, Sérgio teria recebido em seu celular, três chamadas telefônicas feitas através de seu próprio número. Foi nesse momento que Moro se deu conta de ter sofrido um ataque cibernético, desta forma, contatou a PF. A suspeita inicial do Ministro era de clonagem.
Dois dias depois, 10 de junho, os responsáveis pela Lava Jato informaram que esse não seria o primeiro ataque cibernético, que estaria acontecendo desde abril deste ano.