Está preso o homem suspeito de ter jogado soda cáustica no rosto da ex-Mulher. O crime aconteceu na última quarta-feira (4), no Recife, quando o suspeito, com a ajuda de um amigo, teria jogado a substância no rosto da jovem Mayara Estefanny Araújo, de 19 anos. Ela está internada em estado grave no Hospital da Restauração, com 35% do corpo queimado e respira com a ajuda de aparelhos. Ela ainda tem 90% de chance de perder a visão dos dois olhos. Seu quadro é estável.

William César dos Santos Júnior, de 27 anos, apresentou-se por volta das 15h desta segunda-feira (8) na Delegacia da Mulher e teve seu mandado de prisão cumprido.

O acusado, que trabalha como agente comunitário de saúde, foi levado ao Centro de Triagem e Observação Criminológica (Cotel), em Abreu e Lima.

Horas depois do crime, duas pessoas já haviam sido presas suspeitas de terem participado da agressão. Eles são acusados de terem segurando a jovem enquanto o agressor jogava o líquido em seu rosto. O primeiro foi liberado após prestar depoimento, após a Polícia considerar que ele não tem relação com o caso.

Já o segundo, identificado como Paulo Henrique Vieira dos Santos, foi preso em flagrante durante a audiência de custódia e também foi encaminhado a Cotel, em Abreu e Lima. Ele já tem passagem pela polícia e chegou a utilizar tornozeleira eletrônica.

Como foi a agressão

A agressão correu quando Mayara deixava sua casa, no Alto Progresso, onde mora com a filha de dois anos. O ex-companheiro, com a ajuda do amigo, jogou no rosto da vítima a substância usada para desentupir esgoto. Ela foi levada para uma Unidade de Pronto-Atendimento e posteriormente encaminhada ao Hospital da Restauração, onde segue internada.

De acordo com a mãe da jovem, ela manteve um relacionamento de quatro anos com o agressor, mas estavam separados há alguns meses. Desde janeiro último ela tinha uma medida protetiva para que o suspeito não se aproximasse dela. A jovem chegou a denunciar o rapaz à polícia em três oportunidades no intervalo de apenas 19 dias.

Ameaças e pedido de perdão

Uma irmã mais nova da jovem revelou que a jovem sofria ameaças, uma vez que o rapaz não aceitava o fim do relacionamento. "Ele tinha falado que, se ela não morresse agora, ele ia matar de todo jeito", disse a garota de 17 anos. "A gente não aguenta mais isso, está sendo um inferno desde janeiro."

No sábado, Carla Maria da Silva, mãe de Mayara, havia recebido uma ligação do suspeito. Segundo ela, ele disse que cometeu a agressão contra a jovem em razão dela não ter atendido suas ligações. A mulher disse que William chegou a pedir perdão e que está preocupada com as consequências que isso trará para a filha. "Não consigo nem pensar em perdão", disse.