Um motorista e 36 passageiros viveram mais de três horas de tensão na manhã desta terça-feira (20), no Rio de Janeiro, quando um homem armado e com um galão de gasolina invadiu um ônibus por volta das 5h25. Depois de muita negociação ele acabou morto por um atirador da Polícia.

Segundo informações passadas pela polícia, todos os reféns –seis deles foram liberados durante as negociações– passam bem e a arma que o bandido portava era de brinquedo. Ainda não se sabe a razão pela qual o homem, que parecia transtornado, fez o sequestro. A polícia analisa se a ação foi premeditada.

O homem, que não teve a identidade revelada, identificou-se como sendo policial militar, mas essa informação não foi confirmada.

A cronologia do sequestro

Às 5h26 o bandido anunciou o sequestro e ordenou que o motorista seguisse para a pista Rio-Niterói e parasse o ônibus, estilo de turismo e pertencente à Viação Galo Branco, atravessado na pista. De posse de um galão de gasolina, ele ameaçava colocar fogo no coletivo. O trânsito foi fechado às 6h em uma pista e às 7h20 estava interditado nos dois sentidos.

A primeira refém, uma mulher, foi libertada às 6h19. Doze minutos depois, um homem que estava com uma máscara joga um objeto pegando fogo para fora do veículo. Às 6h38 uma segunda passageira é liberada do ônibus.

Os negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegam ao local às 6h53 para ajudar nas negociações. Onze minutos depois um homem deixa o ônibus, ele é revistado e é confirmado que se trata de um dos reféns.

Às 7h20 a terceira mulher é libertada pelo sequestrador, que às 7h45 desce do veículo, troca algumas palavras com os negociadores e retorna para o interior do coletivo.

O segundo homem, e quinto refém, é libertado às 7h58, pouco depois dos homens do Bope assumirem as negociações.

Uma caixa é jogada pelo sequestrador às 8h06, e às 8h20 a quarta mulher, que estava desmaiada, é libertada. Às 9h04, um atirador de elite, que estava posicionado em cima de um carro do Corpo de Bombeiros, abateu o bandido.

O homem desceu as escadas do ônibus e jogou um casaco para os policiais, na hora que foi entrar novamente foi alvejado. Foram ouvidos seis disparos, mas ainda não existe a confirmação sobre quantos tiros foram efetuados.

Imagens feitas pelos próprios reféns dentro do ônibus mostraram uma garrafa, com o que poderia ser combustível, presa com uma corda próximo ao teto.

Homem mandou mensagem para a esposa

Elizabete Terra, esposa de um dos reféns, contou que às 5h26 recebeu uma mensagem do marido avisando que o ônibus estava sendo assaltado e que o coletivo estava seguindo para a ponte Rio-Niterói. “Sempre roubam carteira e celular, mas esse tipo de coisa nunca aconteceu”, disse.