O presidente Jair Bolsonaro (PSL), nesta terça-feira (20), criticou o parecer da Consultoria Legislativa do Senado que afirmou que se trata de prática de nepotismo a indicação do presidente para que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), ocupe o cargo de embaixador do Brasil em Washington.
Bolsonaro acredita que o relatório da Consultoria do Senado tem "viés político", porém, o líder do Executivo disse que poderá recuar da decisão caso não haja número de votos suficientes para a aprovação de Eduardo Bolsonaro.
O atual morador do Palácio da Alvorada afirmou que as Comissões agem "de acordo com o interesse do parlamentar".
Para o pai do deputado federal do PSL, o que realmente vale é a súmula do Supremo, que afirma não haver nepotismo na indicação do filho "03" de Bolsonaro.
Questionado pelos jornalistas se existe a possibilidade de desistência na indicação de seu filho para o cargo de embaixador, Bolsonaro disse que tudo é possível, que não irá submeter sua prole a um fracasso: "eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Acho que ele tem competência".
'A indicação está mantida', diz Eduardo
Eduardo Bolsonaro conversou com a reportagem do portal G1, também nesta terça-feira, e disse que a indicação está mantida.
Nos últimos dias o deputado intensificou a campanha que tem feito em torno da aprovação de seu nome.
Ele tem visitado senadores em seus gabinetes em busca de apoio.
A ideia do presidente da República de indicar seu próprio filho para a embaixada foi anunciada em julho. Já no início do mês seguinte, o Governo norte-americano sinalizou positivamente para a indicação do deputado federal. O presidente americano, Donald Trump, elogiou a escolha de Eduardo Bolsonaro.
O governo brasileiro não enviou ainda a indicação formal para o Senado para que o filho de Jair Bolsonaro assuma o cargo de embaixador.
Opinião dos apoiadores
Enquanto Bolsonaro não vê nenhum problema em indicar seu filho para o cargo de embaixador, para boa parte dos próprios apoiadores do presidente esta atitude não foi bem vista, é o que mostra pesquisa feita pela empresa de inteligência de dados Quaest.
O resultado da pesquisa mostra que 55% dos eleitores que disseram ter votado no segundo turno em Jair Bolsonaro concordam com a medida tomada por Jair Bolsonaro. Enquanto que para 45% dos eleitores de Bolsonaro no segundo turno, esta atitude não foi bem recebida.
A pesquisa mostrou ainda que para 97% dos que disseram ter votado no candidato do PT, Fernando Haddad, esta medida de Bolsonaro é reprovável.
Enquanto aqueles que disseram não ter votado nem no candidato do PT e nem no candidato do PSL, apenas 10% mostraram-se favoráveis à ida de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington.