Após algumas horas de escavações, a Polícia de Mato Grosso encontrou os restos mortais e documentos de uma Mulher que estava desaparecida desde 1994, em Sinop, cidade que fica a 503 quilômetros de Cuiabá. Luzinete Leal Militão, então com 28 anos, foi morta e enterrada no banheiro da casa em que morava com o marido e dois filhos.

A descoberta só ocorreu porque na última terça-feira (30), Jairo Narciso da Silva, de 64 anos, procurou a polícia e disse que havia cometido o crime e indicou o local onde havia enterrado o corpo. Ele acreditava que os crimes já teriam prescrevido, mas ainda pode ser indiciado por ocultação de cadáver.

De acordo com informações passadas por peritos da polícia, a ossada e uma bolsa com documentos estavam enterrados a uma profundidade de 60 centímetros. Os restos mortais foram encaminhados para perícia, que comprovará se o material realmente pertence à vítima. A reconstituição do crime também deverá ser feita.

“Conseguimos localizar bolsas, roupas, joias e algumas partes do corpo”, disse o delegado Ugo Ângelo Reck de Mendonça, que cuida do caso. De acordo com Mendonça, o homem colocou madeira nas laterais e uma tampa para simular um caixão e usou bastante concreto, cerca de 20 centímetros, para fechar o buraco.

O perito Leandro Valendorf, da Politec, relatou que vários ossos estavam bem conservados.

Também havia tecido e uma foto do documento de identidade está bem conservada. De acordo com Valendorf isso bate com a versão do acusado de ter enterrado o corpo e jogado os pertences em cima para simular que ela havia fugido.

Os trabalhos atraíram muitos curiosos que ficaram do lado de fora. Os filhos de Luzinete, que souberam apenas nesta semana o que de fato aconteceu com a mãe, também estiveram no local, mas não quiseram falar com a imprensa.

Duas irmãs da vítima acompanharam as escavações de dentro da casa. Escoltado por policiais, Jairo esteve no local e indicou onde teria enterrado a mulher.

O crime

Em seu depoimento dado na delegacia de Sinop na última terça-feira (30), Jairo contou aos policiais que matou a mulher por ciúmes. Ele relatou que primeiro deu um golpe na cabeça da mulher com uma barra de ferro, mas como a vítima não morreu, ele a asfixiou e depois enterrou o corpo no banheiro da casa, que estava em construção, junto com objetos pessoais da vítima para poder simular que ela havia deixado a casa por livre e espontânea vontade.

Na noite do crime também estavam os dois filhos de Luzinete, que não ouviram nada. Depois de cometer o crime ele registrou um boletim de ocorrência por abandono de lar. Posteriormente ele vendeu a casa.

Os proprietários do imóvel moram fora do Brasil e a casa estava ocupada por inquilinos até a última quinta-feira (1º). Eles se mudaram assim que ficaram sabendo que moravam em um local onde havia acontecido um crime.