Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) fez novo pedido de licença sem rendimentos da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. A razão para o novo pedido de licença é acompanhar seu pai, Jair Bolsonaro (PSL), que está em processo de recuperação da cirurgia realizada em São Paulo.
Enquanto está afastado de suas atividades como vereador do Rio de Janeiro, o filho "02" do presidente voltou a polemizar nas redes sociais.
Na segunda-feira à noite, Carlos Bolsonaro postou em sua conta no Twitter um questionamento à democracia, o que fez com que várias pessoas se sentissem incomodadas com o tuíte do filho do presidente Jair Bolsonaro.
Até mesmo pessoas do Governo federal não viram com bons olhos a declaração do "02". Carlos Bolsonaro escreveu em sua conta no Twitter que o país não terá transformação rápida por vias democráticas.
Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 9 de setembro de 2019
O filho de Bolsonaro retornou às redes sociais na última terça-feira (10) para tentar reparar o estrago causado por sua declaração no Twitter. E também aproveitou para atacar os veículos de comunicação.
"O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende a ditadura. Canalhas!", esbravejou Carlos Bolsonaro pelo Twitter.
O que falei: por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 10 de setembro de 2019
O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende ditadura.
CANALHAS!
Sempre com o celular na mão
De acordo com uma matéria divulgada pelo jornal O Dia, a presença constante de Carlos nas redes sociais não é uma surpresa para os seus colegas da Câmara.
O vereador é conhecido por sempre estar dividido entre o que acontece nas sessões e seu smartphone.
Os registros no site da Câmara de Vereadores comprovam isso. Segundo o jornal O Dia, em 2019 Carlos Bolsonaro apresentou somente um projeto de lei --ele colocou sua assinatura em um documento, junto com outros cinco vereadores.
A maioria dos projetos em que esteve envolvido foi para a poda de árvores.
Ainda segundo o jornal, na opinião de alguns de seus colegas vereadores, Carlos Bolsonaro prioriza as discussões que envolvem o governo federal e deixa de lado seus afazeres como vereador do Rio de Janeiro, além de pouco interagir com os outros vereadores.
"Ele sempre se incomodou muito com a resistência ao governo do pai dele", analisa o vereador Alexandre Isquierdo (DEM). Para o vereador Reimont (PT), a declaração do "02" aparenta ser uma apologia à ditadura.
Carlos Bolsonaro foi criticado até mesmo por membros de seu próprio partido. O presidente do PSC, Pastor Everaldo, postou que o partido acredita que a democracia é o único regime que levará o Brasil para o desenvolvimento.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSL), foi mais um que reforçou a defesa da democracia e disse ter se tratado de: "Uma declaração infeliz".
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, foi mais um a criticar o filho de Jair Bolsonaro. O advogado lamentou a declaração do vereador e disse não ser possível "aceitar uma família de ditadores".
O PSDB soltou nota afirmando que existem figuras autoritárias insistindo em fazer transformações que não sejam pelas vias democráticas.