Após ter sido encontrada por meio de denúncias anônimas no bairro Vergel do Lago, agentes da Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DPCA) tomaram o depoimento na noite desta sexta-feira (27) da mãe do bebê encontrado dentro de um saco de lixo fechado, em Maceió, Alagoas.
O bebê teria sido encontrado por catadores de materiais recicláveis em frente a uma residência no bairro da Ponta Grossa, no início da manhã do último dia 4 de setembro.
Ao ser encontrada, a criança foi rapidamente encaminhada em estado gravíssimo para a Maternidade Escola Santa Mônica e se encontra internada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).
Na delegacia de Polícia, a mulher de 23 anos de idade, que não teve o nome revelado pelos agentes civis, relatou que achou que a criança teria nascido morta, e por conta disso teria colocado o corpo do bebê em um saco de lixo e o abandonado no local.
De acordo com a polícia, ela mencionou que está completamente arrependida e que se soubesse que o bebê estava vivo não teria cometido o crime.
"Eu senti muita dor, e quando foi de madrugada minha bolsa estourou.
Com isso, eu fiz força e ele saiu. Como ele não reagia eu achei que ele estivesse morto. Eu nunca vou me perdoar pelo que fiz", explica a mulher, que possui outros dois filhos, em uma entrevista à TV Gazeta.
Após o depoimento a mulher foi liberada por conta de ainda não existir nenhuma ordem de prisão contra ela expedida pela Justiça, mas ela ainda poderá responder por tentativa de infanticídio. "Hoje ela não ficará detida, pois não existe ainda nenhum mandado de prisão contra ela, até mesmo porque não tínhamos nenhuma qualificação para o crime. Ela será ouvida e vai embora para casa, mas iremos aguardar a decisão da Justiça", explica o delegado responsável pela investigação do caso, Alan Barbosa, da DPCA.
Lembrando o caso
A criança estava dentro de um saco de lixo fechado junto a demais sacos que seriam recolhidos pelo caminhão de limpeza urbana, mas três homens que seriam pescadores e estavam catando materiais recicláveis escutaram seu choro e rapidamente o levaram para uma Unidade de Pronto Atendimento da Região (UPA) do bairro Trapiche da Barra.
O bebê foi avaliado pelos profissionais de saúde e devido à gravidade de seu quadro foi encaminhado de ambulância para a Maternidade Escola Santa Mônica, onde está internado.
Já na maternidade, uma equipe de saúde constatou que a criança teria nascido prematura, com cerca de 28 semanas de gestação, e estava pesando cerca de 1,150 kg. Após ser atendido, o bebê ainda se encontra em estado grave na UTIN do hospital.
A criança segue sob a guarda provisória da Vara da Infância e Juventude da cidade de Maceió, e, segundo a juíza Fátima Pirauá, a mãe da criança poderá responder pelo abandono da criança.