Exames preliminares apontaram que as 11 vítimas fatais do incêndio ocorrido no final da tarde desta quinta-feira (12), no Hospital Bandin, no Rio de Janeiro, morreram em decorrência da inalação da fumaça, sem queimaduras graves, ou por conta do desligamento dos aparelhos que as mantinham vivas.

“A maioria foi por asfixia, alguns casos não, mas coisas correlacionadas ao acidente”, explicou a diretora do Instituto Médico Legal, Gabriela Graça, que coordenou os trabalhos de necrópsia. A maioria das vítimas estava no CTI do Hospital. Elas tinham entre 66 e 96 anos.

O coronel do Corpo de Bombeiros Luciano Sarmento disse, em entrevista à TV Globo, que o local onde funcionava o CTI era muito confiado e que os bombeiros tiveram que quebrar paredes para que a fumaça pudesse sair. “Era um local muito confinado, onde tínhamos uma quantidade muito grande de fumaça”, disse.

O fogo começou por volta das 18h30 em um gerador de energia que estava no subsolo do prédio. A informação que já foi checada pelos agentes da Polícia Civil após análise das imagens do circuito interno de segurança. A perícia aguarda a retirada da água acumulada no local para retomar os trabalhos.

O hospital afirma que houve queda de energia antes do incêndio, mas a Light diz que não houve queda no fornecimento.

Dois funcionários da unidade prestaram depoimento no 18º DP e nos próximos dias serão ouvidos dois bombeiros da brigada de incêndio do hospital.

103 pessoas estavam internadas e 224 funcionários trabalhavam no hospital quando as chamas começaram. Enfermeiros, moradores da região e seguranças ajudaram a acomodar os pacientes em colchões colocados na rua.

O hospital estava com suas licenças em dia, de acordo com o Corpo de Bombeiros e a prefeitura. A Defesa Civil interditou o prédio.

Acompanhante caiu do terceiro andar

No desespero para tentar pedir socorro, a acompanhante de uma paciente, Gigiane dos Santos acabou caindo do terceiro andar e fraturando os dois tornozelos. Logo após a queda, ela mandou uma mensagem de áudio para o marido para avisar o que aconteceu e pedir ajuda.

“Eu tentei pular do terceiro andar, estou toda quebrada no chão”, dizia.

Além das fraturas nos dois tornozelos, Gigiane também teve fratura na região do quadril. Ela foi levada para o Hospital Quinta D'Or, onde será submetida a cirurgia. Ela era acompanhante de Maria Alice Teixeira da Costa, de 76 anos, uma das 11 vítimas do incêndio.

O marido de Gigiane conta que a esposa e outras pessoas não estavam conseguindo sair pelos corredores e escadas. “Ela falou que já estava muito escuro, muita fumaça”, disse.

Imagens feitas por um helicóptero da Rede Globo mostraram cordas improvisadas feitas com lençóis, chamadas de “teresa”, presas ao terceiro andar do prédio.