Depois de um trabalho de investigação que durou três meses, a Polícia Civil de Porto Alegre finalmente desvendou o misterioso caso de pessoas atacadas com ácido sulfúrico no mês de junho, em Porto Alegre. De acordo com as autoridades, o responsável por todos os casos é um empresário de 48 anos. Acredita-se que ele queria convencer a ex-mulher a se mudar da cidade. Ele está detido desde a última sexta-feira (4).
O delegado Luciano Coelho, responsável pelo caso, disse que toda a ação foi premeditada pelo suspeito. Os ataques ocorreram entre os dias 19 e 21 de junho, poucos dias após o casal se separar.
Para convencê-la a se mudar com ele para Curitiba, suspeito tentou passar a imagem, de acordo com a polícia, de que Porto Alegre não era uma cidade segura. Todos os locais onde ocorreram os ataques têm relação com a ex-mulher. "Todos os endereços do ataque têm uma relação com ela", disse o delegado. "Tudo leva a crer que a motivação seja essa", completou.
Com o suspeito a polícia apreendeu materiais, como um tubo azul, luvas e alicate, que podem ter sido utilizados para cometer os ataques. Ele preferiu ficar em silêncio e só irá se manifestar em juízo, mas confessou informalmente o crime aos policiais.
As investigações
De acordo com o apurado pela polícia, o suspeito havia alugado três carros em diferentes locadoras da capital gaúcha entre os dias 15 e 25 de julho.
Um desses carros é o Hyundai HB20 branco, que foi flagrado por câmeras de segurança no dia 21 daquele mês praticando um dos ataques.
Ainda de acordo com a polícia, as placas que estavam neste veículo haviam sido furtadas de um Astra na cidade de Sapucaia do Sul, que fica próximo a Porto Alegre. As investigações apontam que o primeiro carro alugado pelo suspeito, um Renault Logan, esteve exatamente em Sapucaia do Sul, segundo constam dados do GPS.
Esse Logan foi utilizado para ajudar no primeiro ataque, cometido no dia 19 e feito de bicicleta. As investigações apontaram que o carro havia sido estacionado perto do local do crime.
Depois de cometer os ataques, o suspeito foi de avião para Curitiba.
Alguns dias depois, em 25 de junho, uma carta enrolada em uma pedra foi jogada no quintal de uma casa.
Seu conteúdo ordenava que o morador jogasse ácido em outras pessoas e o ameaçava de represálias caso as instruções não fossem seguidas.
Nessa mesma data, de acordo com a polícia, o suspeito havia voltado para a capital gaúcha e o GPS do terceiro carro alugado por ele indicou sua presença próximo da casa onde a carta foi jogada. Depois, ele voltou para o Paraná. Erros de português encontrados na carta são semelhantes aos que constam em suas postagens nas redes sociais.