As movimentações suspeitas do senador Flávio Bolsonaro quando ainda era deputado estadual são definidas como atos de Corrupção, na prática chamada “rachadinha”, conforme documento do Ministério Público estadual do Rio.
De acordo com os promotores, Flávio é chefe de organização criminosa contando com treze assessores que repassavam parte dos salários a Fabrício Queiroz, ex-assessor. O MP afirma que as provas mostram uma organização criminosa que agia desde 2007 praticando desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro.
Flávio Bolsonaro publicou nas suas redes sociais a sua defesa onde nega tais acusações e criticou o vazamento das informações que estão em segredo de justiça alegando ser alvo de perseguição.
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— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 19 de dezembro de 2019
Com relação a Fabrício Queiroz, os promotores afirmam que grande parte da remuneração de funcionários fantasmas ficaram com o ex assessor. Na conta de Queiroz foram encontrados mais 483 depósitos que somados chegam a mais de R$ 2 milhões.
O Ministério Público detectou que uma das funcionárias do gabinete de Flávio era Danielle Mendonça, hoje ex-mulher de Adriano Nóbrega, ex-capitão do Bope que foi denunciado como um dos líderes de um grupo de milicianos e assassinos de aluguel. Segundo o MP a nomeação de Danielle foi a pedido de Adriano.
Em 2017, Queiroz mostrou preocupação com a exposição de Flávio nas Eleições 2018 por medo de que a imprensa descobrisse a nomeação da esposa do miliciano em seu gabinete, sendo exonerada após discussões sobre o assunto.
Segundo as investigações, todos os envolvidos receberam juntos mais de R$ 4,8 milhões da Alerj, sendo 83% sacados em dinheiro. A organização criminosa possuía no mínimo quatro núcleos que tinham tarefas distintas, dentre elas estão os operadores financeiros; aquele que nomeava; os funcionários, que devolviam parte dos salários; e os que lavavam o dinheiro.
A posição de Jair Bolsonaro diante do caso
Segundo informações colhidas pelo colunista Tales Faria, do portal UOL, para o presidente Jari Bolsonaro essas acusações do Ministério Público são frutos de uma armação do governador Wilson Witzel (PSC), e o ministro da Justiça, Segio Moro, "anda muito esquisito".
Ainda segundo o colunista, Bolsonaro desconfia que Moro ou está fazendo “corpo mole” ou perdeu o controle da PF.
Essa situação envolvendo Flávio tem deixado Bolsonaro irritado com as operações de busca e apreensão realizadas nos endereços ligados a sua ex-mulher Ana Cristina Siqueira Valle, ao filho Flávio, dentre outros parentes e assessores.
Para o presidente, Moro deveria ter afastado o superintendente da Polícia Federal no estado para manter a corporação sob maior controle.
Segundo o colunista do UOL, as desconfianças sobre Moro e Witzel giram em torno das eleições presidenciais de 2022. Haja vista que Witzel já mostrou interesse, contudo, Moro ainda não se posicionou, mas sua popularidade está maior do que a do presidente, segundo pesquisas eleitorais.