A polícia prendeu em flagrante, na manhã desta segunda-feira (6), a mãe de um bebê de um ano e três meses e seu companheiro, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Eles são suspeitos de terem matado a dentadas e a socos a criança, que apresentava diversas fraturas, hematomas espalhados pelo corpo e mordidas no rosto. A mulher, no entanto, já foi colocada em liberdade.
Por volta das 22h40 do último domingo (5), o menino Anthony Daniel de Andrade Moraes deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Samambaia, mas já sem sinais vitais.
Ele havia sido levado pelo padrasto, Ronaldo Silvestrini Junior, de 22 anos. Notando sinais de agressão, os enfermeiros desconfiaram da situação e acionaram a Polícia Militar.
Testemunhas ouvidas pela Polícia relataram que Anthony chegou à UPA com sangramento na boca e com uma mordida no rosto, justificada pelo padrasto como sendo feita por um cachorro da família. A versão foi contestada, uma vez que a marca de dentição era humana, e o rapaz então disse que o outro filho de cinco anos era quem havia dado a mordida.
O padrasto disse ainda que por volta das 19h tinha colocado o menino para dormir enrolado em um cobertor.
Cerca de uma hora depois, a mãe da criança, Giulia de Andrade Cândido, de 21 anos, chegou do trabalho e não quis acordar o bebê e saiu novamente, para comprar um salgado.
Por volta das 23h30, a mulher decidiu olhar novamente o filho, quando então percebeu que ele estava morto e junto como companheiro levou-o para o hospital. Questionados sobre a natureza dos ferimentos, esses disseram que o menino havia caído de uma escada há dois dias e que não tiveram tempo de levá-lo para um hospital.
Exames constataram ainda que o menino possuía diversos hematomas no rosto e na testa, além de fraturas no crânio, tórax, clavícula, no nariz, mandíbula. Também havia a presença de sangue no ouvido.
Ronaldo foi preso por homicídio triplamente qualificado enquanto Giulia foi detida por falso testemunho.
Mulher já está solta
Após passar por audiência de custódia, Giulia de Andrade Cândido teve a liberdade concedida e deverá responder em liberdade pelo crime de falso testemunho. No entanto, ainda não está descartada a hipótese dela responder também pela morte do filho. Já o padrasto teve a prisão em flagrante convertida para preventiva e seguirá detido.
A soltura causou revolta na avó paterna da criança. "Eu não posso acreditar. Como eles podem soltar uma mãe dessa?”, questionou Sílvia Helena Marcelino de Moraes. “Essa mulher é um perigo para a sociedade”, disse. “As pessoas não têm noção do monstro que ela é”, se queixa.
Agora a mulher busca a guarda do irmão mais velho de Anthony, de cinco anos. O menino foi levado para um abrigo de Praia Grande logo após a prisão do casal.