Paulo Guedes, ministro da Economia, enviou mensagem a alguns jornalistas nesta segunda-feira (10) pedindo desculpas pela sua declaração comparando servidores públicos a parasitas. A fala do ministro não foi bem aceita, principalmente por integrantes do funcionalismo público.
O ministro repetiu que sua fala foi retirada do contexto e que ele estava se referindo a estados e municípios em casos extremos em que todas as receitas vão para os salários, e não para setores como: educação, saúde e segurança.
“Se o estado existe para si próprio então é como um parasita” afirmou o ministro. Guedes admitiu que se expressou mal e pediu desculpas para não só aos seus familiares e amigos, mas também a todos os funcionários públicos que possam ter sido ofendidos.
Na última sexta-feira (7), Paulo Guedes fez uma defesa da reforma administrativa na Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro. Ele afirmou que “o Governo está quebrado”, que 90% da receita vão para os salários e o governo ainda é obrigado a dar aumento. Ele continuou dizendo que o funcionalismo teve um aumento de 50% acima da inflação, também ressaltou a estabilidade na carreira e o que ele classificou como “aposentadoria generosa”.
Ele continuou sua fala dizendo que o hospedeiro está falecendo, “o cara virou um parasita”, alegou ele que defendia o fim dos reajustes automáticos.
Datafolha
Guedes citou o instituto de pesquisa para comentar sua proposta. Ele alegou que 88% da população brasileira são a favor da demissão de funcionários públicos por mau desempenho. No evento em que ele fez a declaração ele foi bem aplaudido.
Tentando abrandar o tom de sua fala, Guedes afirmou que o Estado, os governos municipais e estaduais, se tornaram parasitas maiores que os hospedeiros, ele também afirmou se tratar de um erro sistêmico e disse que não é culpa da maioria dos servidores.
Rodrigo Maia
Em evento ocorrido nesta segunda-feira (10), na Firjan (Federação Nacional das Indústrias do Rio), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que existe uma concentração muito grande de renda que vem da elite do serviço público, e isto impede que as demandas da população sejam atendidas.
Baixo nível
Sem mencionar nominalmente o ministro da Economia, Maia afirmou que é possível convencer o povo que há uma necessidade da realização das reformas, sem que seja necessário usar termos pejorativos. Ele continuou dizendo que os servidores têm que ser tratados com respeito e “o uso de termos pejorativos nos atrapalham no debate”, para a seguir afirmar que existe uma concentração de renda que a população não aceita mais.