Nesta última quinta-feira (26), o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ter sofrido ameaças de morte no seu celular particular e nas suas redes sociais depois de lamentar o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), desta terça-feira (24). Segundo disse Doria, ele repudia o discurso de Bolsonaro, depois de, no pronunciamento, o presidente ter criticado as medidas tomadas pelos governadores.

Doria recebeu ameaças de morte e também várias mensagens que ameaçavam-no de invadir a sua casa, onde o governador mora com sua família.

O governador fez um Boletim de Ocorrência nessa quinta-feira à noite, e a polícia civil irá fazer investigar essas ameaças. Já a casa de Doria, que fica no bairro dos Jardins, área nobre de São Paulo, já está cercada pela PM (Policia Militar).

Segundo o governo do estado de São Paulo, há muitos indícios que esses ataques teriam sido planejados pelo chamado “gabinete do ódio”, que tem como líder o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSD-RJ).

Discussão durante a reunião

Na última quarta-feira (25), durante a reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores da região Sudeste, Doria criticou o discurso do presidente. No início do discurso, Doria falou que o presidente deveria dar o exemplo para a nação e não dividi-la.

Na condição de “cidadão”, como um brasileiro, e também como governador, “lamenta” o discurso que Bolsonaro fez aos brasileiros. Doria ressaltou que o presidente tem que liderar para comandar, para ter a direção, e não para dividir.

Doria também comentou as críticas que o presidente fez aos danos que são provocados à economia por causa da quarentena que foi imposta pelos governadores.

Ele disse que a prioridade, e fala em nome dos quatro governadores da região sudeste, era salvar vidas.

A prioridade seria estar preocupado com os brasileiros que estão nos estados, mas que também estão preservando os empregos e o mínimo necessário para a economia local continue. Termina o discurso dizendo que os estados estão perfeitamente conscientes disso.

Bolsonaro respondeu que o governador deveria fazer a parte que lhe cabe, e o governo federal vai estar disposto a colaborar como sempre esteve. Ainda disse que poucos governadores, não todos, mas, só do Rio de Janeiro e São Paulo, estão fazendo “demagogia” em cima ao combate à Covid-19.

Essa atitude é para esconder outros problemas, se sentem junto com os órgãos da mídia como se fossem salvadores da pátria, como se fossem “messias” que vão salvar os estados e o Brasil. Segundo o presidente, são responsáveis por “fazerem política o tempo todo”.