Há um vídeo circulando no meio dos direitos das pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA) que mostram dois comediantes, Dihh Lopes e Abner Henrique, fazendo piada com várias deficiências e uma delas é a banda de rock, da região de Brasília (DF), que seus componentes são TEA. Os dois, mostrados no vídeo, foram denunciados por pratica de capacitismo – quando pessoas discriminam ou expressam preconceito contra pessoas com deficiência – e estão sendo investigados pela Policia Federal por ordem direta do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
O vídeo, que foi gravado de um show em agosto do ano passado (2019), no município de Campo Grande (MS), que foi colocado na plataforma YouTube, indignou muitas famílias que têm membros com autismo no país e no estrangeiro também.
Repudiando as piadas que os comediantes fazem com essas pessoas, o parlamentar federal, João Roma (Republicanos-BA), mandou um ofício ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Moro já determinou a investigação que será feita pela PF.
Nota dos humoristas
Essa nota foi escrita como uma forma de retratação logo depois da má repercussão desse trecho do vídeo "Piadas de Família" com o tema deficiência. Diz a nota, que esse show foi feito para 500 pessoas e nessa plateia, também estavam pessoas com deficiência, que são frequentes nessas apresentações e pagaram para estarem ali e riram se divertindo, como se esperava. Na nota publicada, também, os humoristas disseram que esse conteúdo é chamado de “humor negro”, é um subgênero de humor que se é utilizado temas sérios ou bastante sensíveis para se fazer comédia, sendo que está presente nos filmes, desenhos e livros.
Também, fica evidente que nem todos que assistem o show poderão ver com “simpatia”, pelo tema tratado ou a maneira que a piada é contada.
Os dois comediantes diante da nota de explicação, indicaram que vão continuar com esses assuntos polêmicos, porque o “objetivo” foi atingido e que, em nenhum momento, quiseram passar nenhum conhecimento científico, conhecimento realista e preciso desses assuntos.
Também disseram, que não quiserem passar discriminação contra a comunidade autista.
Segundo os comediantes, a arte pode ser muito controversa e nunca agradara a todo mundo. Eles entendem que em momento nenhum ultrapassaram o limite do humor, que é a sua arte.
Repúdio de quem trabalha na área
Amanda Ribeiro, que é empresaria e diretora do Incluir Treinamentos, que foi criada para treinar os estabelecimentos do comércio a ter atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias, disse que ficou muto feliz com a atitude do ministro Sergio Moro e da PF.
Ela afirmou que ficou indignada diante da nota escrita pela dupla de comediantes. Na nota de retratação, os comediantes enfatizam que vão continuar com as piadas.
Amanda disse que quando leu a nota de esclarecimento, ela não acreditou no que estava lendo. A dupla além de confessar o crime ainda diz que não vai parar de fazer tais práticas. Segundo a empresária, os humoristas falam de “humor negro” como se só o termo humor não tivesse nenhum problema.
A empresária também lamenta que outras pessoas são favoráveis a esse tipo de humor que os dois comediantes praticam. Muitas pessoas, diz ela, estão dizendo que é “mimimi”, e outros humoristas bastante famosos estão falando ter só sido uma piada e apoiam os amigos de comédia.
Ela disse que a falta de uma retratação foi o que revoltou o Brasil, a sensação que essa situação poderá não ter nenhuma punição. Ela completou afirmando que essas pessoas esquecem muito rápido e é isso que esses comediantes esperam.