A Polícia divulgou nesta terça-feira (26), mais detalhes sobre a morte do garoto Rafael Mateus Winques, cujo corpo foi encontrado na tarde desta segunda-feira (25), em Planalto, no Rio Grande do Sul, após dez dias desaparecido. O laudo do Posto Médico-Legal de Carazinho apontou que o menino de 11 anos morreu por asfixia mecânica.

Em seu depoimento dado na segunda-feira (25), Alexandra Dougokenski, mãe de Rafael, disse que o filho era muito nervoso e que deu um medicamento para ele se acalmar. A localização do corpo se deu após ela confessar que o garoto estava morto.

De acordo o delegado Joerberth Nunes, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), a mulher teria dado dois comprimidos do medicamento Diazepam, porém ao ir verificar como o menino estava durante a madrugada ela constatou que ele estava morto. A autoridade diz ainda que ao ver o filho sem vida, a mulher o enrolou em um lençol, arramou com fios algumas partes do corpo e o arrastou até o imóvel abandonado que fica ao lado de sua residência.

Ela foi presa temporariamente e já foi solicitada à Justiça sua prisão preventiva e está sendo investigado se houve a participação de outras pessoas no crime.

Entenda o caso

O garoto Rafael estava desaparecido desde o dia 15 de maio. Na ocasião, sua mãe relatou que na noite anterior ele havia ido dormir e de manhã cedo ele não estava mais lá.

Ela chegou a imaginar que ele tivesse saído, uma vez que a porta da casa estava aberta e com a chave para o lado de dentro. Não havia sinais de arrombamento.

A polícia então passou a investigar o caso e nenhuma linha de investigação foi descartada. Vizinhos, parentes e amigos foram ouvidos e também imagens de câmeras de segurança foram analisadas em buscas de pistas.

Uma perícia na casa também foi realizada.

Semelhança com o caso Bernardo

Durante as investigações a polícia começou a notar algumas semelhantes com o caso Bernardo, que foi morto em 2014, na cidade de Três Passos, também no Rio Grande do Sul. Em razão disso, foi feito contato com a delegada Caroline Bamberg, que cuidou daquele caso e ela disse que o caso de Planalto era muito similar ao que ela cuidou.

A mãe de Rafael foi ouvida várias vezes e seu comportamento sereno diante da situação chamou a atenção dos investigadores. O delegado disse que desde o primeiro contato ela se mostrava uma pessoa muito tranquila e serena. Horas antes de confessar o crime, a mulher deu entrevista dizendo que queria que o menino retornasse para casa.

O delegado Nunes falou ainda que foi feita uma busca na casa da família para tentar encontrar o medicamento que a mãe disse que deu para o menino. Eles querem saber como ela teve acesso ao medicamento, quem o usava e quais seus efeitos no corpo humano. “Tudo isso precisa ser investigado”, disse o delegado.