Dez dias após o registro de seu desaparecimento, a polícia encontrou o corpo do garoto Rafael Mateus Winques, de 11 anos. Ele foi localizado por volta das 17h30 desta segunda-feira (25), em uma casa antiga da família, perto da casa onde ele morava, na cidade de Planalto, no noroeste do Rio Grande do Sul. O cadáver estava dentro de uma caixa, enrolado em um lençol.

De acordo com informação passada pela Chefe de Polícia Civil, Nadine Anflor, a mãe do menino confessou o crime. Alexandra Dougokenki teria dado um remédio para o filho, uma vez que ele, de acordo com seu entendimento, era muito nervoso.

Ela também teria dito onde estava o corpo do filho.

Nadine disse que a primeira versão é de um homicídio culposo, porém agora será apurado. A Chefe de polícia disse ainda que pedirá à Justiça a prisão preventiva da mulher e destacou que a possibilidade de algum familiar estar envolvido no desaparecimento da vítima já estava sendo investigada desde o início dos trabalhos de investigação.

Após a confissão da mãe, as autoridades buscam saber se outras pessoas também estão envolvidas no crime, mas isso não quer dizer que já haja outros suspeitos.

O desaparecimento

Rafael desapareceu no dia 15 de maio. Na ocasião, ele havia ido dormir e no dia seguinte já não estava mais em casa, onde morava com a mãe e um irmão de 16 anos.

Não havia sinais de arrombamento na residência e a mãe alegou que foi levar um cobertor para ele durante a noite e de manhã cedo, quando ele não estava mais no quarto, imaginou que ele tivesse saído pela manhã.

Outros familiares e vizinhos e outros do menino foram ouvidos para que a polícia tentasse entender a personalidade e a dinâmica familiar de Rafael.

Imagens de câmeras de segurança da cidade também foram analisadas e o celular do jovem apreendido para perícia para tentar descobrir se possíveis dados foram deletados.

Também foram feitas buscas na cidade, que contou até com cães farejadores e os carros da família, além da casa onde ele morava e a da avó foram periciados, inclusive com o uso de luminol, mas nenhum vestígio de sangue foi encontrado.

De acordo com a polícia, nenhuma linha de investigação foi descartada e o caso foi tratado como prioridade. A possibilidade de sequestro, que chegou a ser levantada, perdeu força, uma vez que não houve nenhum pedido de resgate.

'Só queremos ele de volta', dizia mãe

Mais cedo, antes de confessar o crime, a mãe de Rafael havia dado uma entrevista ao portal G1, quando pediu alguma notícia que poderia levar ao encontro do filho. “Só queremos ele de volta em casa. Porque estamos desesperados”, disse a mulher. “Ele é nossa criança, tem 11 anos, mas é nossa criança”, seguiu.