Mirtes Renata Santana de Souza, a mãe do menino Miguel, que morreu após cair do nono andar de um prédio, esteve nesta segunda-feira (29) na delegacia de Santo Amaro, no centro do Recife (PE).

Caso Miguel

Miguel Otávio, de apenas 5 anos, morreu no dia 2 de junho após cair do nono andar do prédio onde sua mãe trabalhava. Miguel acompanhou a mãe ao trabalho devido à pandemia do novo coronavírus.

Mirtes precisou sair para passear com os cachorros enquanto seu filho ficou aos cuidados de Sari (ex-patroa). Em busca da mãe, o menino entrou em um elevador.

Câmaras de segurança registram Sari apertando um botão do elevador e deixando o menino seguir sozinho. O elevador o levou ao nono andar, onde ele sofreu uma queda de 35 metros, indo a óbito.

Depoimento de Sari

A ex-patroa de Mirtes, Sari Corte Real, compareceu nesta segunda (29) à delegacia de Santo Amaro, no centro do Recife, para prestar depoimento sobre o caso Miguel. A mulher estava acompanhada dos advogados e do marido, Sergio Hacker Corte Real, prefeito da cidade de Tamandaré, no interior de Pernambuco.

O que chamou atenção de Mirtes foi o horário em que Sari foi atendida na instituição. A delegacia, que abre em torno das 8h, iniciou seu expediente mais cedo nesta segunda-feira. Sari chegou a delegacia por volta das 5h50 para prestar seu depoimento.

Declarações de Mirtes

A mãe de Miguel entrou na delegacia por volta das 10h15, acompanhada de seu advogado.

Antes de entrar na delegacia, a mãe falou sobre a saudade do filho e como a casa está vazia sem ele. "Neste domingo o dia foi muito difícil, a saudade apertou e passei muito mal", afirmou. Mirtes conta que arrumar a sua casa tornou-se algo sem sentido, pois Miguel não está mais lá para bagunçar.

De acordo com a mãe de Miguel, Sari mentiu para ela no hospital. Apenas após o enterro do menino ela teve acesso às gravações em vídeo, entrando em choque após ver o que realmente havia acontecido.

Sari teria declarado no hospital que tentou segurar a porta do elevador sem sucesso, porém, as gravações mostram o contrário.

Segundo informações do delegado Ramon Teixeira, a avó materna de Miguel e mais sete pessoas já foram ouvidas. O inquérito deve ser concluído até o dia 2 de julho.