A morte do menino Miguel, de 5 anos de idade, no dia 2 de junho, causou comoção nos brasileiros pela forma que tudo ocorreu. A criança se encontrava sob os cuidados da patroa da mãe, que havia saído para passear com a cachorra da família, quando caiu do nono andar de um prédio no Recife.

Morte do menino Miguel

O menino estava com Sarí Côrte Real quando entrou no elevador e ela deixou o menino sozinho no local. Imagens de câmeras de seguranças mostraram o momento em que a esposa do prefeito de Tamandaré deixou o menino no elevador para que o mesmo fosse procurar pela mãe e supostamente teria apertado o botão que mandava o menino para o último andar do prédio.

Segundo imagens, essa era a quarta vez que Miguel corria até o elevador. Das outras vezes, a mulher conseguiu tirar o menino do local e levá-lo de volta ao apartamento, até dessa vez que deixou ele sozinho no aparelho. Miguel desceu no nono andar do prédio e caiu de uma altura de mais de 30 metros, após subir na grade de proteção em uma área de manutenção de ar-condicionado.

O menino foi socorrido pela mãe, que havia acabado de voltar da rua quando se deparou com o filho caído, e por moradores do prédio. Sarí levou o menino para o hospital em seu carro, mas o mesmo não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito. A mulher chegou a ser presa, acusada de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, visto que o menino estava sob sua responsabilidade, mas pagou fiança para poder responder em liberdade.

Ex-patroa da mãe de Miguel prestou depoimento

Sarí Côrte Real compareceu a uma delegacia do Recife nesta segunda-feira (29) para prestar um novo depoimento sobre a morte do menino Miguel. Mirtes Renata, mãe de Miguel Otávio, ficou sabendo que a ex-patroa estaria no local e se dirigiu para a delegacia para confrontar a primeira dama de Tamandaré.

Apesar de Sarí ter divulgado uma carta pedindo perdão pela morte do menino, Mirtes disse recentemente que nunca houve um pedido de perdão diretamente a ela e até então as duas não haviam conversado sobre o ocorrido no dia da morte da criança.

A empregada doméstica conseguiu entrar na delegacia e conversou pela primeira vez com sua ex-patroa.

Mirtes relata conversa que teve com Sarí

Segundo Mirtes Renata, a ex-patroa teria dito em sua cara que não apertou o botão do elevador e a acusa de mentir friamente. A mãe do menino Miguel disse ainda que a ex-patroa não tem arrependimento nenhum de tudo o que aconteceu.

Mirtes disse: "Eu escutei absurdos da boca dela. Ela é fria e calculista". De acordo com a empregada, a cara de Sarí mostrava que não havia arrependimento e que só ouviu da mulher que sentia muito pela perda do menino. Ainda segundo Mirtes, Sarí teria dito que elas não tinham obrigação de cuidar dos seus filhos, mas que cuidava, pois a patroa tinha que fazer academia, correr, ir em salão de beleza e shopping.

Mirtes disse ainda que o marido de Sarí, o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, disse que está à disposição casa estivessem precisando de algo e revelou que não tem nenhum problema com o ex-patrão e seus filhos, mas com Sarí, pois foi ela quem tirou a vida do seu filho e errou com ela.

Manifestação na porta da delegacia

Apesar do expediente na delegacia do Recife começar geralmente às 8h, a esposa de Sérgio Hacker chegou ao local por volta de 6h para dar depoimento. Esse foi um pedido dos advogados da mulher, que alegam que ela tem recebido ameaças.

No momento em que a mulher estava depondo, uma manifestação ocorreu na porta da delegacia. Populares foram ao local para dar apoio a Mirtes Renata, sua mãe e irmãs que se encontravam no lugar. Eles pedem que a mulher pague pelo crime cometido contra a criança.

Na saída de Sarí do local houve xingamentos da população contra a mulher e gritos de "assassina". A Polícia teve que manter um esquema especial para a sua saída, que teve que entrar em uma viatura e, mesmo assim, populares tentaram impedir a saída do veículo e deram tapas na carroceria.