Na live de quinta-feira (16), realizada pelo presidente Jair Bolsonaro, ele vestiu camisas de vários times de futebol, porém o uniforme da Gaviões da Fiel não fez parte do troca troca, e o fato foi comemorado pelo ativista corintiano Emerson Marcio Vitalino.
Emerson ficou conhecido em junho deste ano após realizar um discuso antirracista entre bolsonaristas apoiadores do atual Governo. Emerson é diretor da Gaviões da Fiel e integrante do movimento em prol da democracia, o Democracia Corintiana.
Relato
O ativista disse que, para o grupo, o fato de Bolsonaro não ter usado a camisa do timão em sua live não é uma ofensa em sim uma honra, afirmando que o presidente se sentiria mal ao usar o uniforme, pois essa camisa é de um clube formado pela classe operária.
A torcida, que em grande maioria é formada por periféricos e operários, não faz parte do dia a dia de Jair Bolsonaro, pelo contrário, causam repulsa ao atual presidente, afirmou.
Criticando a reação de Jair Bolsonaro diante das manifestações, onde o presidente chamou o movimento antifacista realizado pelas torcidas organizadas de terroristas, Emerson diz acreditar que a camisa não incomoda Jair Bolsonaro, e sim a história de vida por trás dela. Segundo ele, a luta do clube pelos menos favorecidos, incomodaria diretamente o chefe de estado.
Pandemia de coronavírus
O ativista falou sobre a atitude do presidente na live, o chamando de desequilibrado. Ele lembrou que o número de mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus superou a marca de 70 mil, e questiona como o presidente da República consegue realizar uma live assistindo um jogo de futebol em tom descontraído, distribuindo risadas.
Ainda de acordo com o ativista, os protestos foram reduzidos porque o objetivo parece ter sido alcançado. Porém, ele afirma que se algum risco eminente a democracia surgir, os movimentos antifascistas voltam as ruas com toda a sua força.
Emerson
Emerson Márcio Vitalino tem 35 anos, trabalha como desenvolvedor de softwares e ficou conhecido graças a um impulso durante uma das manifestações da torcida organizada.
Ao visualizar símbolos nazistas, ele afirma que a revolta foi imensa e que aquilo era muito perverso.
Indignado, o ativista decidiu proclamar um discurso antirracista para apoiadores do governo que estavam presentes. Em um momento de desabafo ele indagou: "acham que vamos recuar? Não vamos! Aqui é democracia".
De acordo com Emerson, a reação foi violenta, ele afirma ter levado chutes, socos na costela, além de xingamentos relacionados a sua mãe e cusparadas no rosto.
A atitude do ativista causou uma explosão nas redes sociais, e quando ele se deu conta já havia viralizado. Emerson recebeu diversas mensagens e ligações de pessoas preocupadas com seu bem-estar.