Uma cena que lembra a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, ocorreu no Brasil. Uma mulher negra de 51 anos foi imobilizada por um policial com um pisão no pescoço, no último dia 30 de maio, um sábado, em Parelheiros, na zona sul de São Paulo. A mulher é dona de um pequeno bar, tem cinco filhos, dois netos e é viúva.
O episódio de violência policial aconteceu no local de trabalho da comerciante. De acordo com o “Fantástico”, da Rede Globo, que mostrou imagens no programa deste domingo (12), os policiais alegam que estavam se defendendo após serem atacados com uma barra de ferro.
A comerciante nega a versão policial e relata que, quanto mais ela se debatia durante a abordagem, mais o agente apertava seu pescoço.
A confusão teria tido início pela movimentação no estabelecimento da comerciante durante a pandemia do coronavírus.
O vídeo apresentado pelo “Fantástico” foi gravado por moradores da região e mostra a abordagem realizada pela Polícia a um cliente que havia estacionado o veículo com som alto em frente ao bar da vítima.
De acordo com relatos da mulher, ela estava defendendo um amigo que tinha sido imobilizado pelos policiais e estava no chão. A comerciante teria pedido aos agentes para pararem de bater no homem, que já estava desfalecido após uma sequência de joelhadas.
Ainda em seu relato, a vítima conta que foi nesse momento que um policial que abordava outras pessoas se aproximou dela armado, empurrou-a em uma grade e deu uma rasteira nela e três socos. Ela afirma ter quebrado a tíbia em decorrência da queda.
Essa sequência de relatos da vítima não aparece no vídeo. As imagens mostram ela deitada de bruços, próxima a um carro, em um meio-fio, com o pé do policial em seu pescoço.
A comerciante, que foi algemada e arrastada, afirma ter desmaiado por quatro vezes e mesmo assim a violência não cessava.
Os policiais envolvidos no caso registraram um Boletim de Ocorrência alegando resistência, lesão corporal, desacato e desobediência.
No fim da ocorrência, a comerciante foi encaminhada a um hospital para atendimento médico, onde foram constatados ferimentos nas costas, rosto e uma perna quebrada.
Ela foi detida na ocasião, sendo liberada no dia seguinte.
João Doria se pronuncia sobre o caso
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou em seu Twitter que os policiais militares envolvidos na agressão que ocorreu em Parelheiros, na cidade de São Paulo, responderão a inquérito e já foram afastados de seus cargos.
O governador de São Paulo disse que as cenas apresentadas pela Rede Globo causam repulsa e que a conduta violenta por parte de alguns policiais é inaceitável. Ele afirmou que esses profissionais não honram a qualidade da PM do estado.