Na última quarta-feira (2), a Polícia Civil de Maro Grosso concluiu as investigações sobre o caso Isabele. Segundo a conclusão do inquérito, o tiro disparado pela amiga de 14 anos, que assassinou Isabele Guimarães Ramos, da mesma idade, foi intencional o que configura o crime como homicídio doloso. Para chegar a esta conclusão, os investigadores ouviram os depoimentos dos envolvidos e analisaram as imagens das câmeras de segurança do local do crime.
Diante disso, ficou concluído que foi o namorado da menor de idade que atirou na amiga quem carregou a arma de fogo com munição, isso sem que a companheira soubesse, e depois colocou o armamento no estojo.
O namorado teria realizado o carregamento da arma porque seu sogro iria levar a mesma para manutenção naquela tarde.
Depois disso, por volta das 22h, o namorado da jovem teria deixado a residência e, por isso, a colega da vítima teria colocado o estojo com o armamento em cima da televisão. Em seguida, a jovem entrou no banheiro onde Isabele estava e, poucos minutos depois, aconteceu o disparo.
Adolescente é praticante de tiro esportivo
De acordo com informações passadas à revista Capricho pelo delegado da Delegacia Especializada do Adolescente, Wagner Bassi, responsável pelo caso, a menor de idade afirmou em depoimento que, ao guardar os armamentos, um deles teria caído no chão e em seguida teria disparado.
Contudo, de acordo com o laudo policial, a menor de idade já se aproximou da amiga com o armamento carregado, o que quebra a versão da jovem e coloca a conduta dela como “dolosa”. Além disso, também se sabe que o disparo aconteceu a uma distância aproximada de 30 centímetros da vítima.
Ainda segundo Bassi, a menor de idade não poderá ser indiciada, isso porque um “adolescente nunca é preso”, ao invés disso, eles podem apenas serem internados em estabelecimentos educacionais.
"Pode até ser fechado, mas é educacional”, esclareceu o delegado.
Pai da jovem responderá por quatro crimes
Diferente da menor de idade, seu pai irá responder por quatro crimes: posse ilegal de arma de fogo, homicídio culposo –quando não há a intenção de matar–, fraude processual e entregar arma para adolescente. Com isso, o pai da jovem pode pegar até 11 anos de prisão e multas.
Bassi explicou que “em nenhum momento” o pai poderia ter permitido a adolescente pegar o armamento, por isso, sua atitude foi considerada “negligente e gerou o resultado”.
E mais, segundo delegado, após a chegada do Samu havia alguns apetrechos de armamento em cima da mesa, e o pai teria pedido para que sua companheira os guardasse. Diante disso, Bassi explica que os objetos deveriam ter ficado onde estavam para serem analisados pela perícia.