Uma família de uma grávida procurou a Polícia do Pará para denunciar uma violência ocorrida na hora do parto que teria resultado na morte do bebê. Os familiares da mulher, de 26 anos, contaram que o bebê teve a cabeça arrancada durante um parto na Santa Casa de Misericórdia, em Belém.
Família denuncia hospital após parto
O caso ocorreu na sexta-feira (16) e foi registrado na delegacia de polícia localizada no próprio hospital. Segundo a família, os profissionais da unidade de saúde forçaram um parto normal na mulher, mesmo sabendo que a indicação era para uma cesariana, devido a problemas no bebê.
A mulher, que estava grávida de 8 meses, foi encaminhada para a Santa Casa do município de Ourém, que fica no nordeste do estado. A grávida teria chegado de ambulância na Santa Casa por volta das 6h. Segundo o marido da mulher, que tem 25 anos, o médico da cidade onde moram enviou uma declaração de que a grávida teria que ser operada, pois só assim o bebê poderia nascer.
A grávida era acompanhada por uma amiga que presenciou toda a situação. Segundo o boletim de ocorrência, a grávida teve que esperar por mais de 3 horas até ser encaminhada para a sala de parto, pois os médicos estavam esperando para ver se ela tinha passagem para a criança nascer normal, mesmo sem poder.
Cabeça de bebê caiu no chão
A amiga da grávida a acompanhou até a sala de parto e contou que falou diversas vezes com os profissionais que a mulher não poderia ter parto normal, mas mesmo assim, os atendentes a mandavam fazer força. Ela contou que eles não a deram ouvido e fizeram tanta força que a cabeça do bebê veio na mão da enfermeira, caindo ao chão em seguida.
Segundo a testemunha, somente após a cabeça ser arrancada é que sedaram a mulher para realizarem a cesariana e retirarem o resto do corpo da criança. No BO, a mulher contou que a sala de cirurgia estava lotada e várias pessoas assistiram a tudo. Ainda de acordo com a amiga, o coração da criança foi ouvido por duas vezes pelas enfermeiras, no momento em que chegaram no hospital e na hora do parto.
Uma pessoa do hospital teria dito que a criança estava morta na barriga da mãe e que não sobreviveria devido à má formação.
De acordo com o marido da jovem, a esposa se encontra em choque e continua internada, sem previsão de receber alta. Ele disse que ela sabe que o bebê morreu, mas não sabe o que aconteceu, pois eles acharam melhor não contar para ela ainda até que esteja melhor. Ela tem um filho de 9 anos de outra relação e esse era o primeiro filho do casal.
Funcionários do hospital foram afastados
Segundo Helder Barbalho, governador do Pará, ele mandou afastar todos os funcionários que estiveram envolvidos no atendimento à grávida. Ele também solicitou que a Polícia Civil apure o caso. A Santa Casa lamentou o ocorrido e informou que a gestante foi atendida logo que chegou ao hospital.
Segundo eles, pelo fato do bebê ser prematuro e possuir múltiplas deformações, apresentando tecido amolecido, foram realizadas muitas manobras para a sua retirada havendo complicações na extração do feto. A unidade hospitalar informou que está dando apoio à família e abrindo uma investigação para apurar tudo o que ocorreu no atendimento e assim tomar as providências cabíveis. Um processo foi aberto pela Polícia Civil para a investigação dos fatos, identificação dos responsáveis e posterior punição.