Nesta terça-feira (27), uma criança de apenas dois anos morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória e ser socorrida em um hospital municipal na região de João Pessoa, na Paraíba. Segundo relatos dos familiares, a criança se engasgou enquanto comia mingau e, após tentativas falhas de reanimação por parte da família, decidiram levá-la para atendimento hospitalar.
Denúncia médica
A Polícia Civil iniciou as investigações do caso após ser alertada pela equipe médica que atendeu o menino de que ele poderia ter sido vítima de abuso. Após a denúncia, o corpo da criança foi encaminhado para a realização de uma perícia médica no intuito de descobrir a real causa da morte.
A perícia será realizada no Instituto de Polícia Científica (IPC), em João Pessoa.
Delegado
O delegado responsável pelo caso, Pedro Ivo Soares Bezerra, confirmou as informações e revelou que as suspeitas iniciaram quando o conselho tutelar da região foi acionado e recebeu um alerta por parte da equipe do hospital que os médicos haviam encontrado sinais de violência no corpo do menino. Entre os sinais de agressão encontrados, foram percebidas lacerações na região do ânus da criança, o que sugeriu a possibilidade de que ele havia sofrido sucessivos abusos.
O caso está sendo investigado na Delegacia de Homicídios da cidade de João Pessoa e, de acordo com o delegado, assim que o laudo da causa da morte for emitido, os familiares serão intimados a depor e esclarecer os fatos.
Conselho Tutelar
Bezerra relatou ainda que foi a conselheira tutelar quem informou a polícia que, além das alterações no ânus, haviam sinais de violência em outras partes do corpo. Com base nestas informações, foi solicitado o exame cadavérico para confirmar se houve ou não o abuso e se a causa da morte foi realmente um engasgo por mingau.
Neste momento, a polícia aguarda os resultados do laudo para tomar as devidas providências. Para que toda a situação seja realmente esclarecida, o delegado afirma que é necessário descartar primeiramente a hipótese de crime sexual e, posteriormente, averiguar se a versão dos familiares é realmente verdadeira.
João Pessoa
O delegado, que também é responsável por toda a região de João Pessoa, relatou que diversas reuniões estão sendo realizadas no intuito de prover uma aproximação com a Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes, na tentativa de que absolutamente todos os casos que sugerem suspeitas de abusos ou violência contra menores sejam comunicados à polícia de forma imediata.
Os casos devem ser comunicados mesmo que tenham os menores indícios de crime, para que possam, assim, ser devidamente investigados.