A busca por mais informações acerca do combate à discriminação racial na sociedade brasileira é um dos fatores que aparecem na pesquisa "Viver em São Paulo: relações raciais". A pesquisa é feita anualmente pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligente. As instituições promoveram 800 entrevistas nas modalidades face a face e online, no período de 5 a 21 de setembro de 2020. Os resultados da pesquisa foram divulgados nesta quinta-feira (19).
Morte de Floyd
Segundo a pesquisa “Viver em São Paulo”, 54% dos residentes da cidade de São Paulo consideram que as manifestações do movimento "Vidas Negras Importam", deflagrado dos Estados Unidos para o mundo no mês de maio, depois do assassinato de um homem negro, George Floyd, causado por um policial branco, despertaram a consciência das pessoas para o racismo.
Ainda de acordo com os dados, tornar mais severas a punição para crimes caracterizados como injúria racial e para os casos de policiais são mencionadas no estudo como medidas eficientes para combater a prática de racismo.
Além disso, confere a pesquisa, 90% dos entrevistados consideram que as empresas que formam a rede de aplicativos de serviços de entrega, deveriam se envolver na prevenção da discriminação racial.
Área comercial é a que mais discrimina
Nesta perspectiva, o estudo revela, entre outras informações, para 81% dos entrevistados há discriminação no comércio e shoppings. Além disso, em sete de oito estabelecimentos analisados o entendimento é a existência na diferença de tratamento entre pessoas brancas e negras.
Ao site Ecoa, do UOL, a coordenadora da Rede Nossa São Paulo, Carolina Guimarães, externou sua compreensão de que os resultados dessa pesquisa acompanham o progresso na abordagem sobre raça e racismo dos últimos anos, pelo menos em nível local. “Nos últimos anos, a gente tem visto uma maior conscientização da população como um todo, com mais pessoas negras que são referências em espaços importantes e o questionamento de conceitos racistas que a sociedade normalizou, especialmente na internet”, disse.
A pesquisa “Viver em São Paulo" ainda mostra que 83% dos paulistanos consideram que o preconceito contra negros se manteve ou aumentou na cidade nos últimos 10 anos.