A recusa do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em usar máscara de proteção nesta sexta-feira (21), durante visita ao Maranhão, governado por Flávio Dino (PCdoB), resultou em uma multa. A penalidade foi aplicada pela Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) do Maranhão.

O valor da punição imposta ao presidente será conhecido após 15 dias, prazo que ele dispõe para apresentar sua defesa. Enquanto isso, a justificativa da Suvisa deve-se ao fato de que o presidente Bolsonaro participou de evento em Açailândia, onde além de não usar máscara para evitar a proliferação da pandemia da Covid-19, também provocou aglomerações de pessoas, ao aproximar-se de seus apoiadores no local.

Açailândia sem uso de máscaras

A cidade de Açailândia, onde o presidente Bolsonaro foi multado pela falta do uso de máscara de proteção, localiza-se a 526 km de São Luís, capital do Maranhão.

Na quinta-feira (20), o estado do Maranhão registrou seis casos da variante indiana do novo coronavírus, denominada de B 1.617.

Bolsonaro provocou aglomerações com mais de 100 pessoas. O referido evento foi para entrega de 287 títulos de propriedade rural na sexta-feira.

Os títulos dão posse definitiva às famílias agraciadas residentes em assentamentos do projeto Assaí. O estado do Maranhão concentra 1.117 assentamentos de terra, agrupando 132 mil núcleos familiares.

Aglomerações sem uso de máscaras

No evento sem uso de máscaras que resultou em aglomerações de pessoas, o presidente esteve acompanhado de autoridades como: o ministro chefe do GSI, general Augusto Heleno; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ministra da Agricultura, Pecuária a Abastecimento, Tereza Cristina, ministro do Turismo, Gilson Machado e o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Geraldo Melo.

O vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, além de alguns representantes da classe política local, também estiveram no evento no Maranhão.

Investigação do uso de máscara

Além da falta do uso de máscara, o presidente do diretório estadual do PCdoB maranhense, e também deputado federal, Mário Jerry, aviltou a hipótese de solicitar investigação na Pocuradoria Regional Eleitoral, por uso indevido de recursos públicos de candidatura “bolsonarista” à reeleição no ano que vem.

Para Jerry, em contato com a revista IstoÉ o processo inclui também, provocações dirigidas a adversários durante visita de Bolsonaro no Estado. Conforme a IstoÉ, Jerry encontra-se licenciado da sua vaga na Câmara dos Deputados, para conduzir a Secretaria das Cidades e do Desenvolvimento Urbano na gestão de Flávio Dino, que, por sua vez, está entre as principais lideranças opositoras do presidente Bolsonaro.