A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta segunda-feira (19) a realização de um estudo clínico para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19.
O estudo irá contar com 10 mil voluntários, que já haviam recebido as duas doses do imunizante, com um intervalo de quatro semanas entre as aplicações.
Estudos anteriores
Como ocorreu nos estudos anteriores sobre a eficácia dos imunizantes contra o novo coronavírus, os voluntários têm faixa etária entre 18 e 55 anos.
Eles também devem atuar na linha de frente de exposição ao novo coronavírus, sendo, por exemplo, profissionais da área da saúde.
A pesquisa será realizada com voluntários de cinco estados brasileiros: Rio de Janeiro (1.500), Rio Grande do Sul (3000), Bahia (1.500), São Paulo (2.500) e Rio Grande do Norte (1.500).
O estudo será controlado, randomizado e simples-cego, ou seja, o voluntário não saberá se tomou uma dose da vacina ou placebo. Não serão incluídos no estudo gestantes e pessoas com comorbidades.
Efeitos clínicos da nova versão
Na última quarta-feira (14), a Anvisa autorizou a realização de teste clínica de uma nova versão da vacina da AstraZeneca.
Trata-se do imunizante AZD2816, versão modificada do imunizante atual e que usará a mesma tecnologia da anterior (vetor viral).
A nova vacina deve oferecer imunidade contra a variante beta.
Para esta variante, a primeira versão da vacina dava somente proteção limitada. A eficácia dessa nova versão será verificada em 800 voluntários, do Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia e São Paulo. Participarão dos testes pessoas que já foram imunizadas ou que ainda não receberam doses de vacinas contra a Covid-19.
Primeiros resultados
Em entrevista ao canal GloboNews, o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, enfatizou que espera colher os primeiros resultados do estudo sobre a terceira dose da AstraZeneca a partir de outubro. Mendes afirmou também que ainda é cedo para afirmar se os cidadãos terão de ser vacinados anualmente ou semestralmente contra a Covid-19.
"Acho cedo para dizer vacinar todo ano, a cada seis meses, porque quando tiver cobertura vacinal suficiente, pode ser que chegue a situação em que a gente não se preocupe mais com o vírus e as formas graves dele. É preciso que dados sejam gerados para que a gente tenha certeza", disse Mendes.