Aleksander Lacerda, que trabalha no CPI-7 (Comando de Policiamento do Interior-7), teve seu afastamento das funções que exercia logo após convidar alguns “amigos” para as manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que estão marcadas no dia 7 de setembro em Brasília. Ele foi convocado pelo comando-geral da corporação para esclarecer o ato. Segundo o órgão, em nota, a Corregedoria da Instituição, que é majoritária legalista e tem o dever e a missão de defender a resoluções da Constituição Federal e os valores democráticos em todo o Brasil que está em artigo constitucional, está analisando as manifestações de Lacerda.

O governador de São Paulo, João Doria Jr (PSDB-SP), disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que o ato de indisciplina não será admitido dentro da corporação, que tem uma tradição de respeito com suas regras e também com suas funções.

A manifestação do dia 7 de setembro pró-Governo Bolsonaro, começa com o cantor Sérgio Reis e com um apoio grande dos plantadores de soja, e foi levantada pela próprio PGR (Procuradoria-Geral da República) como uma tentativa de um levante, já que os membros da convocação já tinham anunciado que iriam invadir e quebrariam todo o STF (Supremo Tribunal Federal) caso os ministros não fossem afastados.

O coronel Lacerda não se limitou a fazer somente sua convocação para esses atos.

Ele afirma em suas redes sociais que o governador de São Paulo é uma “cepa indiana”, chamou o presidente do Senado Federal de “covarde” e o deputado carioca Rodrigo Maia, que foi recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do estado paulista, de beneficiário de um esquema, segundo ele, “mafioso”.

Lacerda tinha como subordinada a ele 7 batalhões da Polícia Militar de São Paulo, cuja a tropa contava com cerca de 5 mil homens e tem um desdobramento em 78 cidades da região onde fica Sorocaba, que é a cede do CPI-7.

As falas de Lacerda foram divulgadas graças a uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Bolsonarismo vem crescendo

Segundo informações da Folha, os atos do chefe da PM revelam, até agora, indícios de uma grande contaminação do chamado “bolsonarismo” dentro da Policia Militar do estado de São Paulo. Segundo consta, Lacerda é um coronel da ativa e não pode se manifestar politicamente, segundo regras.

A influência de um “bolsonarismo” dentro das polícias militares é um tema que sempre se está discutindo e é motivo de “medo” de várias autoridades, que temem perder o controle e elevem os atos indisciplinares dentro dos quarteis. Inclusive, a mesma reportagem diz que Bolsonaro vem conquistando as forças policiais e lançado um programa de financiamento da casa própria voltado para PMS.

O medo é que o presidente tente um maior apoio das várias PMs para forçar uma ruptura constitucional que, se não tiver uma vitória, minimamente causara muita bagunça e muita violência em todo o Brasil. Um motim desse porte cai exigir uma intervenção militar, e as Forças Armadas já estão divididas em relação do seu papel no governo Bolsonaro.