Em uma entrevista para a rádio Jovem Pan, o ministro da Educação Milton Ribeiro voltou a fazer defesa de que algumas crianças com deficiência não tenham que estudar em uma sala de aula com outros alunos.
Segundo Ribeiro, o Governo do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) não quer o que chama de “inclusivismo” e argumentou que algumas deficiências necessitam estar em classes especiais.
Ainda segundo o ministro, 12% dessas crianças que têm uma deficiência nas escolas públicas possuem um grau que pode impedir um convívio dentro da classe regular.
O ministro chega a comparar essas mesmas crianças com os atletas paralímpicos. Ribeiro disse que esse diagnóstico de limitações que as pessoas possuem é um diagnóstico feito socialmente.
De acordo com Ribeiro, entre essa porcentagem de alunos que “supostamente” não teriam as condições de ter um acompanhamento estão os cegos, os surdos e os autistas. Entre as que estão na porcentagem que o ministro trouxe (12%) têm o que ele chamou de “problemas de visão”. Estas, segundo ele, não poderiam estar numa classe regular.
Ribeiro ressalta que as escolas públicas não vão negar as matrículas porque não podem recusar matrículas para as crianças com alguma deficiência. Mas defende, que a escolha é do pai e da mãe da criança, porque eles que escolhem se colocam ou não seu filho lá.
Ele diz, que nenhum direito tem o poder de autoridade para negar uma matrícula de uma pessoa que tenha uma deficiência em uma escola pública, eles não vão poder fazer isso.
Outras falas do ministro
Essas falas acontecem logo depois que o Ministério da Educação – o MEC – publicou uma nota, na última quinta-feira (19), para reafirmar um pedido de desculpas do ministro da pasta por dizer, em uma entrevista vinculada no dia 9 no programa "Novo Sem Censura", da TV Brasil, que os estudantes com deficiência podem “atrapalhar” outros estudantes sem nenhuma deficiência.
O ministro, em uma palestra no Rio de Janeiro, na última terça-feira (17), havia tentado se explicar, mas seguiu repetindo que algumas dessas crianças com deficiência chegam criar dificuldades na sala de aula. Essas declarações foram bastante criticadas por entidades que defendem os direitos das pessoas com deficiência. Nas redes sociais, as falas não repercutiram nada bem, com vários internautas criticando a postura do ministro.
Confira a entrevista completa do ministro: