O diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, afirmou, em resposta ao relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), que não houve falsificação de prontuários médicos. No entanto, Pedro reconheceu que houve a orientação pela substituição da Classificação Internacional de Doenças, conhecido como CID, de pacientes que deram entrada na operadora de saúde com Covid-19.

Ao ser confrontado por Renan Calheiros durante sessão da CPI da Covid, o diretor alegou que falava para alterar o código do CID para a pessoa que se curasse da Covid.

O senador exibiu uma mensagem de WhatsApp, enviada em um grupo da Prevent Senior, que determinava a alteração do diagnóstico.

O senador e médico Otto Alencar (PSB-BA) classificou o ato como um crime, além de criticar a falta de competência e ética do diretor-executivo.

Prevent Senior é suspeita de irregularidades

Um grupo de ex-funcionários da Prevent encaminhou à CPI uma série de documentos indicando que integrantes do governo de Jair Bolsonaro utilizaram a empresa para realizar testes envolvendo o tratamento precoce e assim comprovar a eficácia do chamado "kit covid" contra a doença. Pedro alega que não houve nenhuma aproximação com membros do governo.

Além disso, a operadora também foi acusada de ocultar a verdadeira causa da morte de pacientes com Covid, como a do médico Antony Whong e Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang.

Ambos teriam morrido em decorrência de complicações envolvendo a Covid-19, informações omitida nos laudos que atestaram suas mortes.

O diretor-executivo rejeitou essas alegações e afirmou que desde o início da pandemia a operadora de saúde vem sofrendo acusações infundadas. Segundo ele, o dossiê entregue à CPI foi produzido a partir de dados distorcidos com o propósito manipular as ações de diversos médicos.

Médico da Prevent Senior diz ter sido ameaçado de diretor da empresa

Um dos médicos da Prevent Senior que teria denunciado as irregularidades praticadas pela empresa registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de São Paulo em que relata ter sofrido ameaças do diretor-executivo da operadora de saúde. Áudio da ligação foi divulgado nesta quarta-feira (22) durante a comissão.

O médico declarou ter recebido uma ligação de Pedro Batista, que teria tomado conhecimento de que o médico seria um dos denunciantes sobre irregularidades praticadas pela operadora durante a pandemia através de uma reportagem publicada pela TV Globo.

O registro policial indica que, ao ser perguntado pelo médico se Benedito estava ameaçando sua família, o diretor negou, dizendo se tratar de um "conselho".