Neste sábado (11), o jornal da Folha de S. Paulo, divulgou nota sobre as atividades garimpeiras que ainda se mantem em terras yanomamis. Segundo informações do Ibama, foram detectadas um fluxo de embarcações de garimpeiros com combustível e mantimentos entrando em terra indígena, isso mostra que apesar das tentativas de desmonte as atividades de exploração de ouro e cassiterita ainda continuam.

Agentes do Ibama constataram a disposição de garimpeiros invasores armados e demonstrando resistência e aparentemente dispostos ao enfrentamento a forças policiais que passaram a operar para a destruição de aeronaves e maquinários utilizados para atividades garimpeiras.

De acordo com o coordenador das ações de fiscalização do Ibama, Givanildo dos Santos Lima, cerca de 20 mil garimpeiros - quantidade relativa a população de uma pequena cidade - atuaram para a destruição de grande parte das terras yanomamis – ação considerada crime ambiental. No pátio da superintendência da Polícia Federal em Boa Vista, onde Lima falou com a reportagem, se encontram carcaças de aviões e helicópteros (utilizados pelos garimpeiros) apreendidos pela PF.

Operação Libertação visa proteger yanomamis

Para planejar e executar ações de proteção ambiental dos povos e terras yanomamis foi criada a Operação Libertação. Um centro de comando e controle foi instalado na sede da superintendência da PF de Boa Vista.

A operação é composta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal (PF), Força Nacional de Segurança Pública, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Ministério da Defesa.

Na última segunda-feira (6), agentes do Ibama realizaram as primeiras ações nas terras yanomamis por meio da destruição de aeronaves, maquinários e da apreensão de mantimentos dos garimpeiros.

Já, na sexta-feira (10), as Forças Armadas brasileiras e a Policia Federal, também realizaram ações de combate a atividades clandestinas no território indígena.

Exploração garimpeira provoca fome, doenças e morte entre yanomamis

As explorações garimpeiras em terras yanomamis resultaram em fome devido a fuga dos animais de caça e com isso desnutrição grave, além de infecções respiratórias e avanço da malária entre os nativos.

De acordo com a pediatra Bruna Abílio, que atua na Associação Médicos da Floresta, os povos yanomamis precisarão a médio e longo prazo de políticas públicas que ajudem na autossuficiência dos indígenas, de modo que não fiquem dependentes dos não-indígenas e que o combate ao garimpo ilegal seja realizado de forma séria, já que este é o principal responsável pela situação em que os yanomamis vivem atualmente.

A situação dos yanomamis já era conhecida entre defensores do meio ambiente e voluntários, mas foi negligenciada durante a gestão do Governo Bolsonaro. No entanto, em 20 de janeiro, o governo Lula (PT) declarou estado de emergência em Saúde pública e a Operação Libertação foi criada e colocada em pratica no inicio desta semana, de acordo com Givanildo Lima (coordenador de fiscalização do Ibama) após a operação há mais garimpeiros saindo do que entrando, contudo ainda há muitos invasores nas terras.

Garimpeiros que resistirem sair das terras yanomamis receberam voz de prisão

Os garimpeiros que desejarem sair sem prisão já tem a permissão. A restrição do espaço aéreo já foi flexibilizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e os que não conseguirem pagar voos podem fazer o caminho pela floresta ou por estradas vicinais. O plano é permitir o fluxo de garimpeiros que estejam saindo sem apreender combustível ou mantimentos. No entanto, a orientação de prisão é apenas para aqueles que insistirem em permanecer no território e que acabem manifestando resistência e enfrentamento.