A diocese de Pesqueira (PE) afastou o criador da Fundação Terra, padre Airton Freire, após receber o comunicado de que o sacerdote estaria sendo investigado por suspeita de participar do abuso de uma mulher. Em nota à imprensa, o padre nega a prática de qualquer ato ilícito e afirma que as acusações são "infundadas" e "injustas".
A denúncia
Sílvia Tavares, que trabalha como personal stylist, realizou uma denúncia contra o padre e seu motorista, alegando ter sido abusada em agosto de 2022. A denúncia foi realizada aproximadamente três meses após o ocorrido.
Em entrevista ao portal UOL, Sílvia afirmou que frequentava retiros espirituais organizados pelo padre desde que se conheceram em 2019. De acordo com ela, em um dos eventos o religioso a teria convidado para ir a uma casa isolada, na Fazenda Malhada, em Arco Verde (PE), onde teria cometido o crime com o auxílio do motorista.
O ato
Segundo o relato, o padre estava na casa onde ficam os cômodos do clérigo, quando enviou uma mensagem a Sílvia pedindo que ela se dirigisse até o local. Ao chegar na casa, o religioso teria pedido que ela fizesse uma massagem nele. Ao se aproximar, ela afirma ter percebido que o sacerdote estava despido e que neste momento teria sido abordada pelo motorista do religioso com uma faca.
Silvia relata que, após ter sido ameaçada com a faca, o padre teria ordenado ao motorista que praticasse o abuso. Segundo ela, enquanto o motorista praticava o abuso, o sacerdote assistia a tudo e se tocava.
Desabafo
A personal afirma ter ficado em estado de choque após o ato e ter tido coragem de realizar a denúncia apenas três meses após o ocorrido, pois não havia sido violentada por pessoas estranhas, e sim por alguém que ela "amava" e "considerava como um pai".
A demora para realização da denúncia também teria como reflexo as ameaças realizadas pelo sacerdote caso contasse sobre o abuso. Após entrar com o caso na Justiça, a personal afirma que passou a ser ameaçada pela população, que estaria acusando-a de querer se promover.