Frederick Wassef, o ex-advogado da família do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal. A acusação contra Wassef é a de ter cometido crime de injúria racial. Frederic Wassef foi acusado por uma funcionária de uma pizzaria em Brasília de ter cometido o crime. O caso ocorreu em novembro de 2020, no Lago Sul, e as investigações foram finalizadas na última semana.

Segundo a Polícia Civil, Wassef recebeu uma intimação para depor durante a apuração, porém a defesa afirmou que o advogado se encontrava em São Paulo e, por essa razão, não compareceu.

O inquérito foi finalizado com o depoimento da vítima, Danielle da Cruz Oliveira, uma garçonete de 18 anos, além de outras três testemunhas que também são funcionárias da pizzaria.

O que diz Wassef

O advogado alega que não foi informado sobre o indiciamento e afirma ter sido alvo de denunciação caluniosa. Ele afirmou que não ofendeu a funcionária da Pizza Hut e ainda disse que a jovem não é negra. Frederic Wassef ainda acusou a garçonete de se passar por negra e a acusou de ter mentido. Wassef disse achar estranho que uma pessoa fosse indiciada dessa maneira, sem que se tenha ouvido a outra versão antes de encerrar as investigações “sem elementos de prova”.

Na ocasião, Wassef chegou a prestar queixa contra a funcionária da Pizza Hut por denunciação caluniosa.

A polícia juntou as acusações feitas pelo advogado ao inquérito de injúria racial, pois o Wassef não havia prestado depoimento. O indiciamento será analisado pelo Ministério Público do DF (MP-DF), que vai decidir se apresentará denúncia à Justiça.

Versão de Danielle

A funcionária relatou à polícia que Wassef dirigiu a ela insulto racista depois de reclamar da qualidade da pizza.

De acordo com a jovem, o advogado a ofendeu e disse que ela come o que lhe derem. No depoimento que está no boletim de ocorrência, a funcionária da pizzaria afirmou que o advogado se trata de um cliente frequente do estabelecimento comercial, mas é conhecido por ser uma pessoa arrogante e que maltrata os funcionários.

Danielle relatou que já havia sido “constrangida” e “muito humilhada” por Wassef em outras oportunidades.

Outros funcionários da pizzaria também confirmaram o depoimento da atendente e afirmaram que o advogado era um cliente assíduo e que era comum ele ofender os trabalhadores.

Investigação

A investigação ficou por conta da 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. No começo da apuração, a Polícia Civil tinha a intenção de analisar as imagens das câmeras de segurança para apurar as acusações, porém as imagens não puderam ser recuperadas por falha técnica.