Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) afirma que conseguiu desenvolver uma substância que sinaliza as células cancerígenas facilitando ao organismo doente curar o câncer.

A droga chegou a ser fornecida gratuitamente pela USP de São Carlos, entretanto por portaria a Universidade proibiu a distribuição e o pedido de registro junto à Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O caso foi noticiado pelo portal G1 e pela EPTV.

Pacientes e familiares de pacientes que já vinham se medicando entraram na Justiça para exigir a continuidade da distribuição das cápsulas. Gilberto Chierice disse que após ter procurado a ANVISA quatro vezes foi barrado por falta de dados clínicos. Ainda segundo Chierice, este argumento não é tão válido quanto devido ao fato de que existem muitos outros remédios no país que não dispõe dados clínicos suficientes. Entretanto, solicitou a Anvisa um Hospital Público onde pudesse realizar mais testes, e não obteve qualquer retorno da entidade.

Em entrevista á EPTV (regional Rede Globo), Gilberto Chierice detalhou alguns aspectos das substâncias que compõem o medicamento, disse que é a combinação muito comum,  monoetanolamina, e ácido fosfórico, usado como conservante de alimentos.

O medicamento agiria como uma espécie de “marcador” para as células doentes de forma a facilitar sua identificação pelo sistema imunológico e sua consequente eliminação. Neste tratamento que serviria para os mais diversos tipos de tumores, a quimioterapia não poderia ser utilizada porque o tratamento necessita que o sistema imunológico esteja intacto. Gilberto Orivaldo Chierice foi coordenador dos estudos com a fosfoetanolamina sintética por mais de 20 anos. Antes que fosse interrompida a produção pela USP, cerca de mil pessoas por mês eram beneficiadas pelo medicamento.

Contudo, afirma que para seguir as normas da ANVISA é necessário ainda concluir as três fases requeridas pela agência, mas que por má vontade, e falta de interesse do Governo, da própria Agência e da USP não lhe são dispostos os meios necessários.

Ele diz que estuda a possibilidade de produzir o medicamento em outro país, porque nas suas palavras: Beneficiar pessoas não é por bandeira. A humanidade precisa de alguém que faça alguma coisa para curar os seus males”.

Pacientes que usam a droga, familiares e advogados, afirmam que a substância, ainda que experimental, tem resultados eficazes no combate à doença. Eles relatam casos de cura e vêm apelando à Justiça para obter a droga, já que sem o registro junto à Anvisa não pode ser produzida e comercializada. Sua produção mesmo em baixa escala não alcança meros R$ 0,10. Valor tão irrisório, que leva todos os interessados a questionar a que ponto não são os grandes Laboratórios e seu lobby os responsáveis por tanto descaso da parte do Governo e das Agências e Instituições.

A polêmica está lançada e as discussões na internet proliferam.

Um morador de Santa Catarina que produzia e distribuía a droga gratuitamente após ter sua mãe curada depois de seu uso, foi preso.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, emitiu parecer dizendo que a substância fosfoetanolamina sintética poderia vir a ser um importante medicamento utilizado para combate ao câncer, mas de acordo com o pesquisador Salvador Neto do Departamento de Química da USP, para que as pesquisas, os estudos e a produção da droga avançassem seria necessário ceder a patente a própria Fiocruz. E se não fosse aprovada, tal cessão impediria por completo o desenvolvimento das pesquisas e sua possível produção.