Na última semana de agosto, foi anunciado que o FDA, órgão americano de regulação da venda de remédios e alimentos, liberou a comercialização do medicamento Flibanserina, com o nome comercial de Addyi. Estas são informações divulgadas esta semana por uma grande revista de circulação brasileira.
O medicamento será vendido na forma de pequenos comprimidos cor de rosa. Ele estará disponível para a comercialização, nas prateleiras das farmácias americanas a partir de outubro deste ano. O efeito do medicamento age no sentido de se aumentar o desejo sexual feminino.
A flibanserina atua diretamente no cérebro. Ela age aumentando a liberação de dopamina, um neuro transmissor, que está associado diretamente ao sentimento de prazer e excitação. Portanto,a sua ação ocorre de modo diferente de seu "análogo masculino", o viagra. Este atua apenas localmente, levando ao relaxamento da musculatura do pênis e facilitando a sua irrigação sanguínea. Isto facilita a ereção por várias horas.
A descoberta deste medicamento se deu de modo acidental. Os cientistas, na época do início das pesquisas, estavam testando um certo medicamento contra a depressão. Estas primeiras pesquisas foram desenvolvidas pelo laboratório Boehringer Ingelheim, em 2006. Os pesquisadores observaram que, as voluntárias que participavam dos testes, relatavam um aumento do desejo sexual.
Logo expressaram o seu contentamento pela melhora na vida sexual. Este efeito colateral chamou a atenção dos cientistas, visto que os remédios usados contra a depressão, geralmente, levam à inibição da libido. Com o sucessivos relatos, o laboratório mudou o rumo das pesquisas. Entretanto, a FDA não liberou o lançamento do medicamento.
E continuou a não autorizar o seu lançamento.
Após o laboratório ser vendido, para outra concorrente, a Sprout, o medicamento foi liberado na última quinta feira, dia 20 de agosto, já sob a tutela de outro laboratório, que adquiriu este último, a Valeant Pharmaceuticals, no Canadá. Sabe-se que até a liberação deste medicamento, muitos testes foram realizados para se averiguar os efeitos colaterais do medicamento.
O laboratório canadense foi o responsável por uma intensa campanha de marketing e a própria FDA foi alvo de protestos de grupos feministas, que a acusavam de sexismo, por negarem a liberação do medicamento.
Protesto à parte, a empresa canadense se preocupou em divulgar dos seus efeitos colaterais. Algumas mulheres relataram tonturas, sonolência, náuseas e fadiga. Entretanto, o laboratório está preocupado com as suas reações adversas quando da mistura com álcool. A condição imposta para a comercialização é que tanto médicos, quanto farmacêuticos, possam receber um intenso treinamento a respeito da interação da droga com bebidas alcoólicas. Assim mulheres que se decidirem a usar o Addy, não poderão ingerir nenhuma grama de álcool, se quiserem ser beneficiadas com o efeito que o remédio pode trazer para a vida sexual.