Os medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina estão no auge das discussões populares quanto às formas de combate ao novo coronavírus. Apesar de não serem as únicas alternativas em estudo para conter o avanço da pandemia da covid-19, a substância é defendida amplamente pelo presidente Jair Bolsonaro para o tratamento da doença. Porém, os cientistas dizem que cada substância tem seus pontos fortes e outros fatores prejudiciais à saúde, como apontam as pesquisas.

Estas drogas são receitadas por médicos apenas para o tratamento de lúpus eritematoso sistêmico e discoide, artrite reumatoide e juvenil, doenças fotossensíveis e malária.

De positivo, essas substâncias são de uso amplo no combate a essas doenças. Porém, tanto a cloroquina quando a hidroxicloroquina têm características e funções diferentes quando usadas para tratamento de doenças humanas. Vejamos:

Funções da cloroquina

Os medicamentos hidroxicloroquina e cloroquina são de uso controlado. A medida tem por objetivo evitar que pacientes de qualquer doença utilizem as substâncias sem a orientação de um médico. Esta norma é estabelecida pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Amvisa). Caso houvesse uma corrida para este tipo de medicamento, pacientes que sofrem de malária, lúpus ou artrite reumatoide poderiam ficar sem o remédio. Daí o controle nas vendas.

No momento, cientistas de todo o mundo estudam aplicar a hidroxicloroquina no tratamento da covid-19.

Os resultados ainda não são conclusivos, apesar das notícias de que alguns pacientes foram curados com esta substância.

A hidroxicloroquina é considerada pelos cientistas como um pouco mais segura e com menos efeitos colaterais do que a cloroquina. Apesar disso, a cloroquina faz parte da composição da hidroxicloroquina e as duas substâncias, quando ingeridas, provocam efeitos colaterais difíceis para muitos seres humanos.

Efeitos colaterais da cloroquina

As pesquisas iniciais indicam que os efeitos colaterais dessas substâncias variam de acordo com o organismo da pessoa. Foram detectados distúrbios de visão entre aqueles que as usaram. Outro problema detectado foi a irritação gastrointestinal.

E não é só isso. Os médicos registram outros problemas quanto ao uso desses medicamentos, como alteações cardiovasculares e neurológicas, cefaleia, fadiga, nervosismo.

Pessoas portadoras de psoríase ou porfiria relatam agravamento da doença, bem como ocorrência de prurido, queda de cabelo e exantema cutâneo.

Quanto à eficiência ou não dessas substâncias no combate ao novo coronavírus, os cientistas não são taxativos. Em alguns casos, o uso desses medicamentos foram eficientes contra a covid-19. Em outros, a droga não fez diferença no tratamento.

As pesquisas dos médicos tentam responder se o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina tem mais efeitos colaterais do que benéficos no tratamento da covid-19. Até o momento, pacientes apresentaram problemas cardiovasculares.

Fiocruz faz norma para o uso da cloroquina

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu nota técnica para médicos contendo orientações quanto a aplicação da cloroquina no combate ao novo coronavírus.

Entre os alertas, estabelece as dosagens que podem ser fatais aos pacientes, agravando as doenças pré-existentes.

A recomendação geral é que a aplicação da cloroquina só seja feita sob rigorosa observação médica em ensaios clínicos. O tempo de aplicação do medicamento deve ser curto. A equipe médica também deve observar as reações adversas e as doenças pré-existentes do paciente. Esses dados são necessários para se receitar a cloroquina a pacientes.