Com a rápida disseminação do novo coronavírus entre os profissionais que atuam na área de Saúde, a preocupação dos trabalhadores da área que estão na linha de frente contra a doença tem aumentado cada vez mais.
De acordo com o que foi divulgado pelo site G1, que ouviu médicos nesta quarta-feira (15), a contaminação pelo vírus tem se tornando uma realidade maior ainda para quem está atuando na área, por mais que eles façam uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Maria Fernanda Vieira Rodrigues da Silva, de 26 anos de idade, é médica pediatra e relata que diariamente ela tem adotado vários cuidados para se prevenir da doença em seu trabalho, e ressaltou que o cuidado principal agora é na higienização das mãos e no uso de EPIs.
"Mesmo sendo médico, não é fácil lidar com a doença", disse em entrevista ao G1.
Contudo, mesmo com todos os cuidados que são usados por ela para evitar a contaminação, após quatro dias que ela passou a trabalhar diretamente com os casos suspeitos da doença, ela começou a apresentar os primeiros sintomas que se relacionam com os da covid-19.
Medo e receio: médicos relatam drama da covid-19
Ela explica que na UTI pediátrica em que trabalha foi aberto um salão para receber apenas os casos de coronavírus, e que no local dão entrada apenas crianças e gestantes com problemas respiratórios ou que mostram sinais da doença.
A médica explica que em todos os momentos em que ela foi exposta aos casos suspeitos da doença ela estava utilizando EPIs completos.
No entanto, no quarto dia dos trabalhos ela havia sentido os sintomas da doença e foi afastada do trabalho.
Ela ainda alega que ficou assustada com a situação, pois tomou todos os cuidados necessários para isso, mas que, mesmo assim, acabou sendo contaminada rapidamente pela doença, visto que o vírus é altamente transmissível.
A médica relata que, ao sentir os sintomas, teve uma forte dor de cabeça, mas que em um primeiro momento achou que era em relação apenas ao cansaço que ela vinha sentindo devido à rotina de plantão que estava tendo em seu trabalho.
Entretanto, dias depois ela começou a ter tosse e a sentir dores pelo corpo todo. Por último, ela começou a ter febre e, segundo a mesma relatou, foi o que a deixou mais debilitada.
Para a médica, a dor no corpo é muito forte, além do mal-estar que ela sentia.
Ainda é ressaltado pela profissional que eles ficam em um ambiente de hospital que é muito contaminado, e que é muito claro que, para os profissionais de sua área, eles terão contato com o vírus em algum momento durante o trabalho, tal como aconteceu com ela.
Já em sua casa, a jovem médica avisou aos seus pais assim que ela passou a ter os primeiros sintomas de que ela queria restringir ainda mais o seu contato com familiares.
Ela conta que realizava todos os processos de descontaminação antes de entrar em sua casa e ver seus pais, e, além disso, ela sempre mantinha dois metros de distância dos mesmos, mas quando ela ficou doente, passou a não sair nem mesmo do seu quarto.