De acordo com informações do jornal Estadão, uma pesquisa realizada nos seis distritos de São Paulo de maior incidência do novo coronavírus revelou que, até o início dessa semana, cerca de 5,19% dos moradores dessas localidades em questão desenvolveram anticorpos ao vírus. Ainda segundo a pesquisa citada, 91,6% dos casos de infecção não fazem parte das estatísticas oficiais.
É possível afirmar que a pesquisa em questão foi comandada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além de contar com o apoio do Instituto Samela e da participação de alguns pesquisadores do Laboratório Fleury e do Ibope Inteligência.
Segundo informações da revista Exame, foram realizados exames com 520 pessoas maiores de 18 anos nos distritos citados. Entre essas, 27 apresentaram os anticorpos citados anteriormente.
Os estudos em questão foram feitos com base em testes sorológicos e podem ser considerados importantes por ajudar a avaliar se a população de um determinado local está se aproximando ou não da chamada “imunidade de rebanho”.
Quando esse tipo de imunidade acontece, é possível afirmar que o vírus possui poucas formas de contágio, visto que os anticorpos estão presentes nas pessoas e isso impediria a sua contaminação. A partir dos fatos destacados, as autoridades podem traçar estratégias para flexibilizar as medidas relativas ao isolamento social de uma forma mais precisa.
Ainda na última quarta-feira (13), o governo do estado do Rio Grande do Sul chegou a divulgar os resultados de um estudo similar. De acordo com a pesquisa em questão, somente 0,2% da população do estado citado havia sido contaminada com o novo coronavírus.
É possível destacar que o estudo gaúcho foi promovido pela Universidade Federal de Pelotas e também deixou claro que existe uma subnotificação de casos no Rio Grande do Sul em relação aos números oficiais divulgados.
Conforme os dados da pesquisa, para cada caso notificado pelo sistema de saúde, haveria nove não reportados.
Pesquisa na Espanha com resultados decepcionantes
Uma pesquisa similar às citadas também foi feita na última quarta-feira pelo governo da Espanha. Para tal estudo, 61 mil pessoas foram testadas em todo o país e os resultados, por sua vez, se mostraram abaixo do que era esperado quando se fala sobre a “imunidade de rebanho”.
De acordo com informações da Exame, 5% dos espanhóis já foram contaminados pelo novo coronavírus e, portanto, 95% da população ainda está sujeita a infecção. O Instituto Pasteur, localizado na França, também promoveu um estudo similar e teve resultados próximos dos espanhóis, com 4,4% de contaminados em média em todo o país.