Na última terça-feira (16), um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou que, de acordo com estudo realizado por estes especialistas, o corticoide dexametasona reduziu o número de mortes de pacientes contaminados pelo novo coronavírus em ventilação mecânica.

Embora seja uma notícia que traga esperança, é preciso deixar claro logo de cara que a automedicação é perigosa e no caso da dexametasona no combate à covid-19, o uso do medicamento sem o acompanhamento médico ou ainda sem necessidade, ou indicação, pode trazer resultados perigosos, podendo até mesmo levar o infectado à morte.

O anúncio do grupo de pesquisadores não diz que o remédio é uma cura para a covid-19, mas seu uso pode ser indicado para pacientes que tenham indicação para fazer uso da substância, dentro de tratamentos feitos no hospital para casos moderados e graves.

A razão disto é que a dexametasona não ataca diretamente no novo coronavírus, porém pode auxiliar no controle da forte reação inflamatória que a covid-19 causa em estado grave da doença. Foram quase 450 mil pessoas que morreram por causa da covid-19, e ainda não há vacinas ou tratamentos aprovados contra a doença.

A pesquisa

Os pesquisadores da renomada universidade divulgaram por meio de uma nota curta, com somente duas páginas, que o medicamento aumentou a sobrevida de pacientes com covid-19.

Porém, a nota que foi exibida à imprensa destacou que a pesquisa precisa ser mais aprofundada e também é preciso fazer a avaliação de pares.

Dexametasona

A droga é bem conhecida das pessoas há muito tempo e é barata, ela é anti-inflamatória e, em doses mais elevadas, imunossupressora. A dexametasona é utilizada para doenças como artrite e asma, ou seja, doenças reumatológicas e alérgicas.

A dose que foi estudada pelos pesquisadores da universidade de Oxford não é uma em que a droga seria usada com função imunossupressora. A medicação já está em uso em várias UTIs como parte do tratamento contra a covid-19.

Sendo assim, a dexametasona não deve ser utilizada em casos leves e também não é recomendado o seu uso de maneira preventiva.

Não existe nenhuma comprovação da segurança ou eficácia desta droga, ou de qualquer outra nesse tipo de situação.

Atenção

De acordo com informações do jornal Valor Econômico, levando em consideração um pedido de David Uip, o infectologista que coordena o centro de combate ao novo coronavírus do governo de São Paulo, líderes da Câmara avaliam restringir a compra da droga para somente quem possuir receita médica.

O especialista alerta que, sem a indicação médica, os pacientes que se utilizarem da droga poderão diminuir a defesa do organismo, o que acaba por deixar o sistema imunológico mais exposto a infecções, e ainda correr o risco de ter quadros mais graves de gripe, dengue, pneumonia comum, entre outras enfermidades.