Evidencias científicas mostram que o novo coronavírus pode permanecer no ar por horas infectando as pessoas que o inalam. Segundo pesquisadores, os locais com pouca ventilação, como igrejas, restaurantes e frigoríficos, são locais que tendem a propagar o vírus. O novo coronavírus pode ficar estagnado no ar em minúsculas gotículas, ou aerossóis.

A frequência com que o vírus infecta pessoas dessa maneira ainda não está claro quando comparado ao contágio através do contato direto com pessoa doente que tosse ou espirra, ou ainda através de superfícies contaminadas, conforme explica Linsey Marr, especialista em aerossóis da Virginia Tech.

Linsey e mais de 200 outros especialistas descrevem tal evidência em carta aberta para a Organização Mundial de Saúde (OMS). Todos perceberam que aerossóis são liberados mesmo quando uma pessoa sem sintomas exala, fala ou canta. Portanto, reforçam que as pessoas não devem passar muito tempo com pessoas com quem não convivem.

Coronavírus pode permanecer no ar por até 3 horas

Um vírus pode ser transmitido pelo ar, a exemplo do sarampo, que pode ficar até duas horas no ar. Por outro lado, o HIV não sobrevive fora do corpo humano e, portanto, não é transmitido pelo ar. Mas, para o novo coronavírus, essa forma de transmissão ainda não está clara para os cientistas. As condições experimentais elaboradas por especialistas sugerem que o vírus pode permanecer viável por até três horas e em ambientes fechados podem circular o cumprimento de uma sala, mas não chegam a percorrer longas distâncias ou ficar viável ao ar livre.

Contudo, ainda são experimentos que não dizem tudo sobre a permanência do vírus.

O que se sabe ao certo, segundo os cientistas, é que o vírus pode ser transmitido e espalhado mesmo se o hospedeiro não estiver sentindo os sintomas (tosse ou espirro), pois é possível através de aerossóis, que são gotículas mínimas que viajam pelo ar quando conversamos ou até mesmo bocejamos.

Para os cientistas, os aerossóis podem explicar o avanço da pandemia, mesmo quando se faz uso das medidas de proteção.

Ambientes fechados e sem ventilação natural devem ser evitados

Muitas pessoas em um ambiente fechado podem estar correndo o risco de serem contaminadas por aerossóis, bastando apenas que uma pessoa infectada no local.

Os aerossóis são gotículas menores do que as expelidas na tosse ou espirro e por este motivo podem ficar suspensas no ar por horas. Em ambiente fechado pode ocorrer o que se chama de evento de superpropagação.

Segunso Linsey, para evitar o contágio, as pessoas precisam "dar tanta ênfase às máscaras e à ventilação quanto à lavagem das mãos".