O governo de São Paulo divulgou nesta quinta-feira (7) o resultado do teste de eficácia da CoronaVac. A vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, está sendo desenvolvida no Brasil em cooperação com o Instituto Butantan. Segundo o governador de São Paulo, João Dória, pesquisas mostram que essa vacina pode proteger as pessoas em até 78% contra a Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus).

Seis meses depois de o Brasil iniciar as pesquisas clínicas do CoronaVac, e um dia depois de o país ter atingido 200 mil mortes pelo coronavírus, o Instituto Butantan entregou na sexta-feira (8) o esperado pedido de uso emergencial do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação. A Coronavac pode ser o primeiro imunizante aprovado para uso no Brasil durante a pandemia.

Detalhes sobre a Coronavac

As duas primeiras fases da pesquisa conduzida no Brasil comprovaram que a CoronaVac é segura e produz uma resposta do sistema imunológico. A terceira fase do estudo investigou se a infecção com o vírus Sars-Cov-2 pode realmente evitar que as pessoas adoeçam.

Contudo, o que se sabe sobre a CoronaVac, a vacina brasileira do Instituto Butantan produzida em parceria com o laboratório chinês, Sinovac?

Quem produz a CoronaVac?

A CoronaVac é produzido pelo Instituto de Pesquisa Butantan, em São Paulo, Brasil, em cooperação com a farmacêutica chinesa Sinovac. O contrato de produção é do tipo "transferência de tecnologia", ou seja, a Sinovac desenvolveu métodos de produção de vacinas, mas elas são produzidas no Brasil.

Quando a vacina será aplicada?

A vacina só pode ser usada no Brasil com autorização da Anvisa. O Butantan fez um pedido de uso emergencial na sexta-feira e o regulador definiu o tempo de resposta de até 10 dias corridos após avaliação dos documentos.

Até o momento, o Butantan importou 11 milhões de doses da China. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a expectativa é utilizar as seis milhões de doses recebidas pelo Instituto para começar a vacinação já em janeiro. O governo de São Paulo definiu no Plano de Vacinação do estado o início da imunização em 25 de janeiro.

A vacina é segura e eficaz?

Sim, a vacina é segura. O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que os mais de 9.000 voluntários que participaram do teste não apresentaram efeitos colaterais graves. Ele acrescentou que das quatro vacinas em teste no Brasil, a CoronaVac é a mais segura.

Segundo os dados de estudos de fase 3 realizados com voluntários no Brasil, a vacina se mostrou eficaz em 100% na contenção de casos graves e moderados da Covid-19, bem como 78% em casos leves da doença.

Um índice alto, sobretudo evitando a morte/internação dos pacientes que receberam a vacina e contraíram o vírus posteriormente.

A vacina da Coronavac será utilizada, em um primeiro momento, no Brasil, na China, na Indonésia, no Chile e na Turquia. Além disso, sendo aprovada, a mesma se junta ao panteão de vacinas já utilizadas ao redor do mundo, como a Pfizer/BionTech, a Moderna, AstraZeneca/Oxford, a Sputnik V e Sinopharm.