Popularmente o tempo é comparado a uma roda: gira, gira e, por vezes, cai no mesmo ponto pelo qual já passou. Imagem perfeita para os debates e especulações acerca da terceira dose da vacina contra a Covid-19.

Antes, não se sabia se isso iria ocorrer: ao menos o próprio Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tirou algumas interrogações da nossa cabeça. Mas agora, vai ter sim uma terceira dose. Se este item já está definido, ainda pairam alguns questionamentos. É o caso de quando acontecerá e quais os tipos de imunizantes serão utilizados.

Não se sabe, por exemplo, sobre a possibilidade de misturar as vacinas: isto é, quem tomou um tipo de vacina anteriormente, se poderá tomar outra dose de outro laboratório.

Porém, a decisão de ministrar uma nova edição de vacinação e a necessidade dela para todos são consideradas como certeza absoluta.

Encaixando o cronograma

Queiroga prefere não arriscar e aguarda pareceres científicos embasados para que providencie a aplicação da terceira dose.

A previsão para o início da etapa é estimada a partir de outubro deste ano. Sim, o Ministério da Saúde almeja à cobertura nacional da população – toda ela prevenida.

O debate foi levantado porque, em algumas regiões do Brasil, há casos da variante delta do vírus – o Rio de Janeiro é uma das cidades com alguns registros dessa cepa.

Emitido como um sinal de alerta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu para o que Ministério da Saúde avalie as chances de uma terceira dose para os que tomaram a CoronaVac.

Marcelo Queiroga busca o encaixe dos cronogramas de estudo e de aplicação das vacinas, por isso, disse que, talvez em outubro, a campanha comece. A justificativa se encontra de um lado, pelo ritmo de doses imunizantes dadas à população – existem estados que quase completaram essa fase; no entanto, em outros a dose é aplicada na faixa dos 30 anos.

Por outro lado, o Ministro espera os resultados da pesquisa feita em parceria com a Universidade de Oxford; a previsão é de que isso aconteça entre o fim de outubro e o início de novembro de 2021.

Só então é que a pasta da Saúde disparará sua decisão quanto à dose de reforço. Perguntado sobre uma possível antecipação embasada cientificamente, Queiroga afirmou que, caso o resultado de algum estudo paralelo seja positivo, o cronograma será puxado para mais cedo.

Jogo e prioridades

Assim como nos jogos tradicionais de tabuleiro, o movimento das peças objetiva à harmonização e à segurança sanitária para os brasileiros. É que serão contemplados os idosos e os profissionais de saúde nessa primeira fase da terceira dose. A seleção se baseou pelo comprometimento do sistema imunológico no primeiro grupo e pela atuação direta e cuidados dispensados aos infectados no segundo grupo.

Para os que desejam tomar qualquer vacina, o Ministério da Saúde revelou que está em andamento um teste com adultos que receberam a dose da CoronaVac, mirando à intercambialidade. Melhor dizendo: é necessário saber se a terceira dose pode ser ministrada de outros fabricantes como a Pfizer, Janssen e AstraZeneca nos pacientes da CoronaVac.

A Secretária de Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, informou que o Ministério da Saúde trabalha no planejamento e na quantificação de pessoas que deverão receber a dose. Corroborando Marcelo Queiroga, ela disse que o reforço tem as condições de realização no ano de 2021.

Nem todas as dúvidas foram esclarecidas, mas já é um alívio não ter tantos pontos de interrogação em meio a tanta informação. O retorno a um ponto de origem vai começar nos postos de saúde novamente.