A vacina CoronaVac, produzida em São Paulo pelo instituto Butantã, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, apresentou resposta imune de 71% contra a variante ômicron, segundo um estudo preliminar feito por pesquisadores de universidades chinesas, da Universidade do Chile, e do Instituto La Jolla, da Califórnia, e publicado na revista Emerging Microbes & Infections.

A investigação indica que pessoas que receberam as três doses da CoronaVac, conseguem ativar seus linfócitos T contra a variante ômicron do Sars-CoV-2, assim como a cepa original do coronavírus.

O pesquisador Alexis Kalergis, diretor do Instituto Milênio de Imunologia e Imunoterapia e professor da Pontifícia Universidade Católica do Chile, explicou que os linfócitos T no sangue dos vacinados apresentam a resposta imune altamente satisfatória frente a proteína S da ômicron. Isso acontece principalmente quando a pessoa recebe a dose de reforço da vacina.

CoronaVac tem melhor resposta de imunização

Segundo Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, "a CoronaVac, ou outras vacinas inativadas, induzem um repertório maior de imunidade contra a Covid-19. "Recentemente, há evidências científicas de que a capacidade de neutralização da CoronaVac contra a variante ômicron é maior do que a capacidade das vacinas baseadas em proteína S.

A consequência disso é que as vacinas inativadas, como a CoronaVac, resistem mais às variantes", disse Covas.

Independentemente desses últimos estudos, as vacinas estão salvando vidas, conforme ressaltou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em Sao Paulo, dizendo ainda que essas vacinas estão sendo aplicadas em todo o mundo, diminuindo mortes e internações.

A variante ômicron, ainda segundo Gabbardo, fez os casos de coronavírus voltarem a crescer em todo o mundo, mas é, fundamentalmente, uma pandemia para não vacinados. Quando se diz que essa variante é mais leve, mais inofensiva, continua ele, devemos levar em conta se estamos falando ou não de pessoas vacinadas. E as atuais internações, apesar de com menor gravidade, ainda são muitas.

São Paulo intensifica testes

Em São Paulo, estado mais populoso do país, 80% dos casos de Covid já são da variante ômicron. A Secretaria Municipal de Saúde informou que está investindo em testes rápidos para identificar contágio pelo Covid e pessoas com sintomas gripais.

A secretaria orienta para que as pessoas continuem a se proteger, usando máscara, álcool gel, cobrindo a boca quando tossir ou espirrar e lavando as mãos imediatamente quando sair secreções do nariz.