Um asteroide de 1,1 quilômetro de diâmetro, de tamanho considerado potencialmente perigoso, passou próximo da Terra nesta terça-feira (18). Segundo a Nasa, a grande rocha –batizada de 7482 (1994 PC1) ano de sua descoberta– cruzou a aproximadamente 2 milhões de quilômetros de nosso planeta, cerca de cinco vezes a distância da Terra à Lua, viajando a uma velocidade de 76.192 km/h.
Este é considerado o asteroide que passará mais perto da Terra nos próximos dois séculos. De qualquer forma, não foi o maior asteroide que passou perto da Terra. O mais ousado foi o 3122 Florence, no dia 1 de setembro de 2017, com tamanho estimado entre 4 km e 8,4 km de largura e que deve retornar em 2 de setembro de 2057.
Não foi possível ver o 7482 a olho nu, mas com um pequeno telescópio era possível observá-lo e acompanhar sua trajetória, cujo ponto mais próximo da Terra foi às 20h30. O asteroide também foi acompanhado numa transmissão o vivo do The Virtual Telescope.
Asteroides são formados por materiais rochosos e metálicos
Os asteroides são basicamente compostos de materiais rochosos e metálicos. Boa parte desses que nos visitam fazem parte do chamado cinturão de asteroides principal, fazendo uma órbita entre Marte e Júpiter, mas existem outros que circulam mais longe, na periferia do sistema solar.
O asteroide passou por aqui enquanto está em evidência o filme "Não Olhe Para Cima" (Don't look up, do original em inglês), da Netflix.
Então a comparação foi inevitável. A diferença principal é que o 7482, como a maioria dos asteroides, não tem grades reservas de ouro e outros minérios preciosos, como aparece no filme de ficção. E muito menos colidiu conosco, como ocorre no filme.
Não existe nenhum asteroide em rota de colisão nos próximos 100 anos
Repercutindo o lançamento do filme "Não Olhe Para Cima", diversos especialistas falaram a respeito da possibilidade de colisão de asteroides com a Terra, sendo este um dos assuntos mais comentados na internet no final de 2021.
O astrônomo Ricardo Ogando, que integra o Observatório Nacional, disse em entrevista à revista GQ que a possibilidade de um impacto de um corpo dessas proporções é de milhões de anos. Esses fenômenos são monitorados, segundo Ogando, pelo Dark Energy Survey –entidade patrocinada pelos EUA e da qual o Observatório Nacional faz parte– e não seria possível o que foi mostrado no filme, quando o asteroide fictício foi descoberto quando a colisão estimada era de apenas seis meses. Segundo ele, pelo menos nos próximos 100 anos não existe nenhum asteroide conhecido com rota possível de se chocar com a Terra.