A atriz Anne Hathaway é uma das atrizes mais talentosas atualmente em Hollywood. Já tendo sido ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Os Miseráveis, ela tem estado em evidência por quase vinte anos, desde o sucesso de O Diário da Princesa. Entre suas escolhas acertadas estão: O Segredo de Brokeback Mountain e O Diabo Veste Prada, entre outros.

A Netflix causou curiosidade quando anunciou que a estrela iria ser a protagonista do filme que acabou de chegar ao catálogo do serviço de streaming, A Última Coisa Que Ele Queria. No elenco estão presentes também Ben Affleck e Willem Dafoe, além do trio de nomes conhecidos em Hollywood.

Ainda temos como destaque do longa-metragem a diretora Dee Rees, a cineasta tem no currículo uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado pela produção Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi. Mas nem sempre a junção de nomes de peso em um longa-metragem é o suficiente para garantir uma grande obra, o filme fica aquém do que poderia alcançar, considerando o seu elenco estrelado e uma diretora competente.

A trama

O filme foi baseado no livro homônimo da escritora Joan Didion, a produção narra a história da repórter investigativa Elena McMahon (Hathaway), uma jornalista obstinada e especialista em trabalhar em zonas de guerra. Logo no inicio da produção, o espectador acompanha a personagem cobrindo um conflito militar em El Salvador, no ano de 1982.

Após conseguir fugir do local, há um corte e filme avança para 1984 e desta vez ela irá cobrir (contra a sua vontade) a campanha presidencial de Ronald Reagan, que é candidato à reeleição.

A vida de Elena toma um rumo diferente do que ela esperava, quando seu pai Dick (Willem Dafoe) precisa de cuidados médicos e ela larga seu trabalho para cuidar dele.

Dick pede para Elena lhe faça um favor e curiosamente, isto acabará fazendo com que na verdade ela volte a trabalhar no que estava fazendo anteriormente, uma matéria sobre contrabando de armas.

Este deve ser um dos principais problemas do filme, a mudança na vida da protagonista poderia indicar que o filme deixaria de ser um drama político e iria focar mais na relação entre pai e filha, mas não é isto o que acontece, de maneira quase inverossímil, a personagem se vê às voltas com as confusões em que seu pai se envolveu, o que faz com que ela volte para o ambiente investigativo que ela está acostumada.

Assim como no livro, a trama é toda contada sob a ótica de Elena, desta maneira, Anne Hathaway é vista no filme quase o tempo inteiro, e mais uma vez ela mostra porque é uma das melhores atrizes de sua geração. Mas o que pode incomodar há muitos espectadores é a maneira como o filme estrutura a sua trama, que por vezes parece meio rocambolesca, há muita história para ser contada na produção e mesmo que o longa não seja enfadonho, ele ganharia um ritmo mais atraente se tivesse uma duração menor, o filme tem quase duas horas de duração.

Affleck e Dafoe

A escalação de Ben Affleck para interpretar Treat Morrison, um homem ambicioso e que tem um cargo importante dentro do governo americano, parece que foi apenas para incluir mais um nome de peso à produção.

Já se tornou um clichê criticar a atuação de Ben Affleck, ele sempre recebe críticas por sua maneira inexpressiva de interpretar, e não vai ser nesse filme que as críticas sobre sua apatia serão esquecidas pelo público. Willem Dafoe por sua vez é totalmente o contrário, ele está muito bem como o pai ausente da protagonista que não aceita bem sua doença.

A Netflix vem investindo muito em suas produções com a contratação de atores Famosos e grandes cineastas, sempre de olho nas premiações, porém mesmo com todo o investimento nesta produção que chegou ao seu catálogo na sexta-feira (21), o longa não passa de uma produção mediana que poderá dividir opiniões.