Está certo, a homenagem não é coincidente com a idade do maestro João Carlos Martins, o qual completará 81 anos em 2021. Faltam poucos dias para girar o contador. Entretanto, como se diz em partida de futebol, o jogo se encontra quase aos 45 minutos do segundo tempo.

Amante do esporte e conhecido profissional das artes musicais, João Carlos Martins já tem seu lugar assegurado no cenário da cultura brasileira.

Neste mês de junho, o mesmo do aniversário do regente e pianista, São Paulo abre um dos espaços mais tradicionais para contar sua vida dentro e fora dos palcos e dos teatros.

O Centro Cultural da Fiesp abrigará, de 16 de junho a 26 de setembro, a exposição “João Carlos Martins: 80 Anos de Música”.

Com a coordenação do diretor cênico Jorge Takla, a finalização do projeto guardou algumas surpresas durante o caminho de pesquisa e montagem. O próprio Jorge Takla se espantou com a quantidade de material publicado no exterior a respeito do maestro, como “artigos, comentários e críticas elogiosíssimas”.

Estrutura

Primeiramente, o visitante vai se deparar com o som de uma orquestra afinando seus instrumentos antes da apresentação –um indicativo para o posterior espetáculo a ser visto.

Em seguida, surgem os prêmios e fotos da carreira de João Carlos Martins. Esta sessão está dividida em duas partes: a primeira trata do pianista e a segunda aborda o maestro.

Nesta última etapa, o público ficará mais íntimo sobre uma figura determinada a transpor obstáculos e doenças que quase o comprometeu em seu talento natural.

Num espaço denominado “Sala do Piano”, uma holografia do próprio Martins interage com os visitantes e toca algumas peças clássicas. Um pouco mais à frente tem a “Sala da Orquestra”, onde cada um tem sua oportunidade de ser João Carlos Martins, ou melhor, reger uma orquestra.

A exposição conta com trechos de suas apresentações, depoimentos de personalidades brasileiras e estrangeiras e entrevistas concedidas dentro e fora do Brasil.

Talvez um dos pontos mais importantes sobre a vida do maestro esteja relacionado à distonia focal, enfermidade de ordem neurológica que afeta os músculos. Tanto este fato quanto a homenagem feita a ele pela escola de samba paulista “Vai-Vai” em 2011 também são retratados no espaço cultural.

Retrospectiva

A vocação pela música começou cedo em João Carlos Martins. As primeiras aulas de piano foram dadas quando ele tinha 8 anos de idade. Cinco anos depois, ele já se encaminhava para a carreira no Brasil.

Aos 18 anos, expandia seu profissionalismo para outros países e, com tanto esforço e virtuosismo, foi considerado um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach no século XX. Obteve várias críticas positivas de jornais: Washington Post, The New York Times e Los Angeles Times.

Perguntado se sente saudade de algo, João Carlos Martins deu uma resposta bem curiosa: “no meu futuro tem tantos projetos aos 80 anos, que eu já estou com saudades do futuro”.

Como escrito anteriormente, a exposição vai até o dia 26 de setembro e abrirá para o público de quarta a domingo.

O horário fixado é das 13h às 20h e o acesso é de graça. Porém, há que se agendar previamente pelo portal Meu Sesi. O Centro Cultural Fiesp se localiza na Avenida Paulista, 1313, próximo à estação Trianon-Masp do metrô.