A Dieta vegana é um tema que tem tomado cada vez as rodas de conversas e discussões. Com o crescimento no número de adeptos ao redor do mundo, a opção por cortar a carne das refeições tem produzido orgulho por quem adota e questionamentos pelos observados. Afinal, a opção pela dieta vegana é a mais saudável?

Primeiramente é preciso antes definir e delimitar as vertentes do veganismo. Há os veganos e os vegetarianos. Os primeiros buscam extinguir qualquer coisa de origem animal de sua vida. Isso inclui até mesmo gelatina (que utiliza colágeno dos chifres de animais) até o queijo com baixo teor de lactose.

É, basicamente: há envolvimento animal? Tô fora!

Quanto ao vegetarianismo, trata-se de uma corrente que foca em diversas vertentes. No entanto, a mais comum se define por ovolactovegetariano. Ou seja, consomem-se ovos, leite e derivados de animais, à exceção da carne diretamente preparada.

Neste gigante mundo do veganismo/vegetarianismo, há inúmeros motivos para seguir a dieta vegana. Seja o protesto sob o maltrato ao animal nos abatedouros, a desintoxicação do corpo ou a simples justificativa de que o corpo pode viver de forma saudável (e até melhor) sem o consumo da carne.

Quais os riscos da dieta vegana?

Quando na Inglaterra fora apontado um crescimento de 350% de pessoas adeptas ao veganismo nos últimos 15 anos, especialistas britânicos atentaram que a adoção seria "puro modismo", e esta desesperada ação – nas palavras dos estudiosos – poderia levar a consequência sérias ao organismo.

Isso porque, segundo eles, esse crescimento deve-se muito à internet, e a vontade de inúmeros jovens em fazer parte de uma específica tribo de veganos.

Ainda segundo alguns especialistas da Associação Dietética Britânica, o fato dessa virada de mesa na alimentação pode inferir em muitos problemas à Saúde. Isso devido ao fato de, em muitos dos casos, os novos adeptos não saberem como substituir os nutrientes encontrados na carne através dos produtos que fogem à origem animal.

A corrente contrária à adoção abrupta da dieta vegana afirma que o cardápio vegetariano exclui a quantidade necessária de nutrientes importantes, como vitaminas do complexo B-12 e as proteínas. Ambas muito essenciais para o funcionamento correto do organismo. As críticas, no entanto, não levam em consideração os rebates daqueles que são adeptos à dieta.

Ministério da Saúde Brasileiro aprova dieta vegana

No ano de 2014, mais especificamente no mês de novembro, o Ministério da Saúde lançou um documento intitulado Guia Alimentar Para a População Brasileira. Este guia foi baseado em árduas pesquisas, participação de especialistas e coleta de dados surpreendeu a todos com um discurso bastante moderno e pró-veganismo evolutivo. O que isso quer dizer? Confira!

Entretanto, é importante ressaltar que o documento não abrange uma manipulação para que as pessoas se tornem veganas. Muito pelo contrário, ele atenta a importância do consumo de produtos de origem animal, no entanto em escala menor e gradualmente reducionista.

O guia substituiu o então documento lançado em 2006 com um tom bastante diferente.

Inferindo que uma dieta mais natural, vegetal e orgânica torna o ser humano muito mais saudável do que consumindo produtos de origem animal. Vale destacar que o Guia de Alimentação permanece, em 2020, com a segunda edição lançada em 2014.

A página 30 do livro já apresenta, de cara, a posição do conteúdo. Mesmo debatendo a favor de uma dieta vegana, ela não exclui a importância do consumo de produtos de origem animal. “Alimentos de origem animal são boas fontes de proteínas e da maioria das vitaminas e minerais de que necessitamos, mas não contêm fibra e podem apresentar elevada quantidade de calorias por grama e teor excessivo de gorduras não saudáveis (chamadas gorduras saturadas), características que podem favorecer o risco de obesidade, de doenças do coração e de outras doenças crônicas”, encontra-se no guia.

Já na página seguinte, o Guia atenta para as questões ambientais, e os problemas que o consumo exacerbado de produtos de origem animal pode acarretar ao meio ambiente. “Sistemas intensivos de produção animal consomem grandes quantidades de rações fabricadas com ingredientes fornecidos por monoculturas de soja e de milho. Essas monoculturas, por sua vez, dependem de agrotóxicos e do uso intenso de fertilizantes químicos, condições que acarretam riscos ao meio ambiente”, dita a página 31.

Dieta vegana: por que não excluí-la?

A dieta vegana é uma opção, não uma atrocidade. Com o grande número de alimentos existentes hoje, é impossível passar fome ou sentir falta de nutrientes “apenas” encontrados em alimentos de origem animal.

A variedade de estudos, pesquisas e dados têm crescido conforme aumentam o número de veganos e vegetarianos no mundo.

Pessoas adotarem dieta vegana não quer dizer que todos devam seguir a linha do veganismo. Apenas quer dizer que há outra possibilidade à alimentação que conhecemos e adotamos no dia de hoje. Uma opção, para muitos, mais saudável.